Tartaruga marinha entupida de lixo é resgatada no Projeto Tamar
Praia do Forte é um dos passeios para quem está no Grand Palladium Imbassaí
São 40 milhões tartarugas salvas. As histórias que se ouve dentro do Projeto Tamar na Praia do Forte (BA) inspiram amor e revolta.
Amor pelo trabalho que começou nos anos 80 e, graças a ele, tantos animais foram salvos, e tantos outros ainda serão.
Revolta por saber que, ainda hoje, tartarugas marinhas são assassinadas por redes de pesca industriais e morrem entupidas de lixo no estômago. Lixo humano.
Estive no Projeto Tamar na Praia do Forte, na Bahia. Assista a esse vídeo rápido no qual um dos biólogos do projeto conta sobre a tartaruga entre a vida e a morte, resgatada depois de se entupir de lixo.
O biólogo Itamar Santana, de 26 anos, conta no vídeo acima o porquê uma tartaruga resgatada como essa pode acabar morrendo.
Neto de pescador, Itamar convive com o projeto desde a infância. Costumava brincar no local e, aos 13 anos virou um tamarzinho, adolescentes voluntários que ajudam os profissionais no trato com os animais.
“Hoje os pescadores da vila já têm a consciência de que as tartarugas têm que ficar vivas e não pescam mais. O grande problema mesmo está na pesca industrial, que leva o animal na rede”, conta.
Ele revela que o avô mesmo pescava tartarugas e pegava os ovos. Mas hoje muita coisa mudou.
Além da conscientização e orientação ambiental dada nas visitas que recebe, o Projeto Tamar resgata tartarugas e outros animais marinhos que sofreram por redes de pesca, anzóis, degradação de áreas de desova e poluição dos oceanos.
Durante a visita, que custa R$ 26, você consegue conhecer todo trabalho, além de passar pelos tanques de tartarugas, inclusive, dos bebês.
Proteja os ninhos
O projeto também ajuda a proteger ovos e recém-nascidos. Cerca de 30 mil ninhos são protegidos todos os anos. Mais de 37 milhões de tartaruguinhas devolvidas ao mar em 38 anos.
De cada mil filhotes apenas um ou dois atingem a idade adulta, em média com 30 anos. Muitos são devorados por predadores e outros morrem de fome e doenças.
Os filhotes rompem os ovos após um período de incubação que varia de 45 a 60 dias. Então, saem das cascas e chegam à superfície da areia para correr em grupo para o mar.
“A saída do ninho acontece quase sempre à noite, estimulada pelo resfriamento da areia. Já nascem independentes, mesmo sendo tão frágeis”, diz o informativo do Projeto Tamar.
Para conseguir chegar ao mar, os filhotes se orientam pela luminosidade natural do horizonte marinho. Pelo brilho do mar ou reflexo da lua na água.
Por isso, é tão essencial que nas praias não haja iluminação artificial, como acontece na praia do resort de luxo Grand Palladium Imbassaí.
Com luz artificial, as tartaruguinhas recém-nascidas correm na direção errada ao nascer e morrem.
Mais passeios na região
A visita ao Projeto Tamar é um programa imperdível a quem vai à praia do Forte.
A antiga vila de pescadores virou um centrinho todo charmoso, com bares, restaurantes e lojinhas, delicioso para passar uma tarde.
Quem fica no Grand Palladium está há 20 minutos da Praia do Forte e pode fazer a visita de um dia durante a estada.
Outro passeio que parte do resort é a visita ao Castello Torre Garcia D´Ávila fica ainda em Mata de São João, próximo à Praia do Forte.
Considerado a primeira grande edificação portuguesa construída no Brasil, de 1551, o local foi sede de um dos maiores latifúndios do País.
Os passeios são pagos à parte. Hóspedes ainda podem fazer um city tour em Salvador, com visita ao centro histórico da cidade.
Ali do lado do hotel ainda está o Instituto Imbassaí, que ajuda a formar jovens da comunidade baiana como profissional do turismo,
Estenda a visita até a Casa de Farinha, projeto de transformação, produção e venda de alimentos à base de farinha de mandioca do instituto, símbolo de sustentabilidade da região baiana.