Tatuador começa a cobrir tatuagem com rosto de garoto
A história que virou de conhecimento nacional terá um desfecho no próximo dia 29 de dezembro
O tatuador Neto Coutinho, que reproduziu uma fotografia com o rosto do menino Ayo, de 5 anos, no corpo de uma pessoa desconhecida da vida dele, usou as redes sociais para anunciar, nesta sexta-feira, 23, que já começou o processo de cobertura do desenho.
De acordo com Neto, a cobertura da tatuagem iniciou logo depois da cicatrização, no dia 16 de dezembro. Ao final desta primeira sessão, o rosto da criança já não estava mais exposto no braço do homem, que ainda não foi identificado. Uma nova sessão está marcada para o dia 29 de janeiro, para fazer o fechamento do trabalho de cobertura.
Nesta última quinta-feira, 22, representantes jurídicos do evento Tattoo Week, em que o rosto de uma criança foi tatuado no corpo de uma pessoa desconhecida, se posicionaram sobre o caso. Segundo o advogado Helder Galvão, a reprodução de uma fotografia em uma tatuagem não é ilegal e se enquadra no conceito de uso adequado na Lei de Direitos Autorais.
Mãe de Ayo, a empresária, ialorixá e estudante de Pedagogia, Daniele de Oliveira Cantanhede, Preta Lagbara, entrou, esta semana, com ação na Justiça pedindo que a Tattoo Week e o tatuador Neto Coutinho sejam obrigados a fornecer os dados da pessoa que fez a tatuagem do rosto de seu filho. Na publicação do tatuador, ele explica que o cliente teme pela sua integridade e diz que não poderia divulgar esses dados.
A foto do garoto, usada como base para a tatuagem, foi realizada em uma sessão de fotografia feita há alguns meses. A experiência, porém, virou um pesadelo para a mãe. Ela relata que, desde que soube da possibilidade de ver o rosto do seu filho estampado no corpo de um desconhecido, ficou sem chão.
Na época, o tatuador emitiu um comunicado oficial, se retratando pelo acontecido. O comunicado diz que o tatuador também é uma pessoa preta como justificativa para o fato, e diz que ele “pautou a execução da tatuagem sem o nível de informação necessária, reconhecendo o equívoco cometido, mas – sobretudo – sem qualquer intenção de trazer prejuízo para quem quer que seja”.