Técnica de time feminino do Acre pede demissão após contratação do goleiro Bruno
Rose Costa usou suas redes sociais para comunicar o desligamento e justificou que "educamos pelo exemplo" ao citar a contratação do goleiro
Após perder o único patrocinador, o Rio Branco-AC sofreu mais uma baixa. A técnica do time feminino, Rose Costa, pediu demissão na última terça-feira, 28. O motivo: a contratação do goleiro Bruno Fernandes, condenado pelo assassinato da modelo Eliza Samúdio.
Em um texto publicado no Instagram, Rose Costa diz que entende o momento difícil financeiramente que o clube passa, mas que sua história e crenças impedem de permanecer no time.
“Deixo minha gratidão pela oportunidade, mas preciso esclarecer também que minha história de vida como mulher e profissional me impendem de permanecer no Rio Branco. Como disse, não questiono e nem tampouco julgo suas decisões, mas preciso respeitar a minha história e minhas crenças de que educamos pelo exemplo e, no esporte de rendimento, atletas são figuras públicas, socializam e influenciam comportamentos”, disse Rose no post.
Em entrevista ao UOL, a profissional alegou que se sentiu triste, revoltada e que sua ética profissional a impediu de compactuar com a decisão do reforço do time acriano.
“Foi uma decisão unilateral, uma vez que parte da diretoria não concordava com essa contratação. Soube que o presidente havia fechado negócio com o Bruno por meio da imprensa, acredita? Mesmo com apelo —tanto de torcedores como de funcionários do clube—, não houve como negociar”, disse Rose.
O anuncio da contratação do goleiro Bruno foi feito pelo presidente do clube acreano, Neto Alencar, em um vídeo publicado uma rede social no último domingo, 26. O time disputa a série D do Campeonato Brasileiro.
Rose conta que, no mesmo dia em que o vídeo foi publicado, ela informou à direção do Rio Branco seu desligamento. A equipe, que treinou até março, disputaria o Campeonato Acreano feminino neste ano, adiado por causa da pandemia.
Em 2013, o goleiro Bruno Fernandes foi condenado há 20 anos e 9 meses pelo homicídio triplamente qualificado de Eliza Samudio e pelo sequestro e cárcere privado do filho Bruninho, em 2010.
Até hoje o corpo de Eliza não foi encontrado. Atualmente, ele cumpre sua pena no regime semiaberto. Antes da condenação, havia defendido Atlético-MG e Flamengo.