‘Transvacinados’: o movimento burro e transfóbico dos antivacinas
Apoiadora de Bolsonaro viralizou nas redes após dizer que "se sente imunizada, mesmo sem tomar a vacina"
É, pessoal. Tem sido um ato de muita bravura autointitular-se “ser humano” com certas coisas que vemos por aí. Muitas vezes, o sentimento de vergonha é dominante… mas, fazer o que? Seguimos em frente. A nova onda da galera antivacina é o movimento “transvacinados”. Não entendeu nada? A gente explica.
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De cunho transfóbico e, pode-se dizer, burro, os “transvacinados” se chamam assim porque, de acordo com eles próprios, “se sentem vacinados em um corpo não vacinado”. O discurso faz alusão a como uma pessoa trans é comumente referida num contexto social (“sente-se mulher num corpo de homem” ou “sente-se homem num corpo de mulher”). Mas qualquer pessoa bem informada (e bem intencionada) sabe que esse dito popular é errado e preconceituoso (saiba mais ao final do texto).
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A jovem Ana Paula Palagar, que se considera “influenciadora digital” e tem em sua conta nas redes sociais a hashtag #FechadaComBolsonaro, viralizou após aparecer em vídeo justificando o movimento. Ela vestia uma camiseta com os dizeres: “Transvacinado. Me sinto vacinado em um corpo não vacinado”.
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Ana Paula estava nas manifestações do 7 de setembro quando respondeu a perguntas para um vídeo. “Eu estou na luta pela liberdade, que é a maior falta de todos que vieram aqui. Então, da mesma forma eu vim lutar pela liberdade, até porque o que vem ocorrendo no Brasil é uma falta de liberdade e falta de democracia”, disse.
Depois, a jovem foi questionada sobre o significado do que estava escrito em sua roupa.
“Esse movimento, transvacinado, está no mundo todo. São pessoas que se sentem vacinadas mesmo não tendo um corpo vacinado. E a gente quer respeito sobre isso. A gente quer que as pessoas respeitem a nossa visão e o nosso sentir de estar vacinado. Esse é o movimento de transvacinados, não só no Brasil, como na Espanha, na França, nos Estados Unidos, e está se espalhando pelo mundo todo. Da mesma forma que pessoas são respeitadas como trans, nós também queremos ser respeitados”, afirmou.
Ao final, a entrevistadora questiona por qual motivo ela acredita que estaria imunizada sem ao menos ter tomado uma das doses das farmacêuticas.
“Pelo simples fato de eu me sentir com saúde, de eu me sentir imunizada”, encerrou Ana Paula.
Transfobia
A informação é sempre a melhor arma contra o preconceito! O movimento “transvacinados” não é só burro e anti-ciência, é, também transfóbico.
Após perceber-se com um gênero diferente do que lhe foi atribuído ao nascer, uma pessoa transgênero passa a enfrentar uma verdadeira luta para viver sua identidade. Especialmente no Brasil, onde casos de transfobia são recorde mundial.
Apesar de ter o dobro de tempo na Terra, a sociedade brasileira parece não ter tido tempo para se informar sobre identidade de gênero corretamente e continua a perpetuar tratamentos transfóbicos.
E como quebrar o tabu das questões de gênero? Simples! Selecionamos algumas informações para que você não pratique transfobia e passe a respeitar a identidade de uma pessoa trans. Vamos lá? Acesse o link e ajuda a combater a transfobia.