Universidades fazem atos contra ameaças de violência
Alunos se reuniram nas instituições em protesto contra agressões disseminadas por apoiadores de Jair Bolsonaro
Durante a campanha eleitoral de 2018 e após a vitória de Jair Bolsonaro (PSL) para a Presidência da República, universidades em todo o país relataram casos de censura e ameaças de violência feita por apoiadores do presidente eleito.
Em resposta, nos últimos dias, estudantes se organizaram pela democracia e para mostrar que não toleram agressões e qualquer tipo de preconceito. Confira as manifestações de resistência em algumas faculdades:
Universidade de Brasília (UnB)
Apoiadores de Bolsonaro fizeram uma manifestação na Universidade de Brasília (UnB) na tarde desta segunda-feira, 29. O protesto foi anunciado neste domingo, 28, durante comemoração da vitória do presidente eleito, onde eleitores afirmaram que “a universidade não é lugar de comunista”.
Os manifestantes entraram em confronto com alunos da instituição e foram expulsos por eles. Assista aos vídeos:
https://www.facebook.com/juliabn/posts/503936523185
Mackenzie (SP)
Na manhã desta terça-feira, 30, estudantes da Universidade Presbiteriana Mackenzie de São Paulo fizeram um protesto contra o racismo após um aluno gravar um vídeo em que faz apologia à morte de negros e pessoas com ideologia de esquerda.
Na gravação, o homem diz que está indo votar “ao som de Zezé [Di Camargo], armado com faca, pistola, o diabo, louco para ver um vadio, vagabundo com camiseta vermelha e já matar logo”. Em seguida,aponta a câmera da filmadora para fora de seu carro e diz: “tá vendo essa negraiada? Vai morrer! É capitão, caralho”.
O rapaz foi suspenso pela faculdade e também demitido do escritório de advocacia em que era estagiário. Confira fotos e vídeos do ato:
Universidade de São Paulo (USP)
Nesta segunda-feira, 29, eleitores de Bolsonaro marcaram uma manifestação na Universidade de São Paulo (USP), zona oeste da capital paulista.
Em resposta às ameaças, cerca de mil estudantes se reuniram no prédio da história da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFLCH) e no da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU). “Não vão nos calar, USP pela democracia”, dizia o cartaz colocado no local.
Na Escola Politécnica, 20 manifestantes pró-Bolsonaro iniciaram um ato que pedia a privatização da USP. O grupo foi acompanhado por 40 policiais militares. O protesto pretendia passar pela FFLCH, mas os PMs desaconselharam a ideia devido à quantidade de alunos contrários ao presidente eleito.
PUC Goiânia
Em Goiânia, alunos do curso de direito realizaram um protesto silencioso também nesta segunda-feira, 29, em repúdio a mensagens racistas encontradas no banheiro da faculdade. Símbolos nazistas foram desenhados no local e compartilhados em uma conta de Instagram.
Veja imagens da manifestação: