‘Vamos ocupar o Carnaval pelo olhar de mulheres’, diz bloco
Por Maria Vem Com As Outras
O bloco Maria Vem com as Outras começou ao perceber a urgência de ocupar o Carnaval a partir do olhar das mulheres. O primeiro encontro das Marias se deu em meados de julho de 2016 e nossa coroação carnavalesca aconteceu no Carnaval de 2017.
O processo de se conhecer e reconhecer enquanto mulher em todos os espaços da vida foi importante para a nossa consolidação e a reunião de tantas mulheres num bloco. Entendemos que a apropriação dos instrumentos musicais ainda é muito discriminada e que reforça lógicas cada dia mais ultrapassadas sobre o lugar da mulher na sociedade.
Com isso, surgiu o desejo de agregar, unindo mulheres que já tocavam no Carnaval de rua às que não sabiam tocar nenhum instrumento, trocando experiências, aprendizados e perspectivas sobre a importância de se reunir para ocupar o Carnaval.
- Carnaval: importunação sexual é crime; saiba como denunciar
- Diversidade é marca registrada do Carnaval brasileiro
- Mulher acusa Elon Musk de assédio sexual durante voo: ‘Pênis ereto’
- Carolinie Figueiredo relata estupro e como o momento está sendo decisivo para as mulheres
Estar nas ruas com música também nos fortalece no cotidiano, nos encontros, reforçando a importância de estarmos nos mais diversos espaços. Nosso repertório é formado por música de mulheres: interpretadas, compostas ou sobre nós. Em todos os nossos processos de decisão, buscamos a horizontalidade, a divisão de tarefas e a troca no olho a olho, respeitando e valorizando nossas diferenças.
Começamos meio sem saber por onde, mas cada dia mais temos novas Marias a fim de somar e pensar o mundo, as ruas, a cidade e o Carnaval para que seja de fato de todo mundo. Maria, vem com as outras!
Campanha #CarnavalSemAssédio
Pelo terceiro ano consecutivo, o Catraca Livre promove a campanha #CarnavalSemAssédio com o objetivo de lutar por respeito na folia e pelo fim da violência contra a mulher. Quem está com a gente: a ONU Mulheres, a ONG Plan International, os blocos Mulheres Rodadas e Maria Vem Com as Outras, as redes Minha Sampa e Meu Recife, os coletivos Nós, Mulheres da Periferia, Não é Não e Vamos juntas? e as prefeituras de São Paulo e Salvador.