Vídeo: Bombeiro ameaça e agride mulheres em loja no DF

As imagens foram gravadas pela câmera do celular de uma das vendedoras. O homem foi denunciado pelas agressões

01/07/2020 19:25

Duas mulheres vendedoras de uma loja de uniformes de Taguatinga (DF) foram agredidas por um cliente, sargento do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), nesta terça-feira, 30, e registraram o momento em vídeo gravado com a câmera do celular de uma delas.

Vídeo: Bombeiro ameaça e agride mulheres em loja no DF
Vídeo: Bombeiro ameaça e agride mulheres em loja no DF - Reprodução

A vendedora que gravou as imagens relatou ao G1 que o nome do bombeiro é Marcus Wiliian, um cliente antigo da loja. De acordo com testemunhas, o motivo do descontrole teria sido a demora na entrega de um colete.

O bombeiro arremessou o celular de uma das mulheres e uma cadeira na direção dela. Segundo os relatos das testemunhas, a vendedora foi atingida no braço.

No vídeo é possível ouvir o homem descontrolado ameaçando as mulheres. “Você esqueceu o que aconteceu aqui? A outra me bloqueou. Quando eu vim da primeira vez, jogou meus materiais no chão, por falta de respeito”, afirmou o bombeiro.

“Não me faça de palhaço não, não me faça de palhaço não, tá? Não me faça perder a paciência que eu meto a mão na cara, não me faça de palhaço não, tá?”, disse o homem.

Ao fazer a ameça de agressão física, uma das mulheres presente, vendedora da loja não se calou e questionou a atitude bombeiro: “Mas você vai meter a mão na cara de quem? Porque você tá falando com uma senhora, você tá falando desse jeito”.

O bombeiro vai até a direção dela e dispara: “Vai me desafiar, pô. Vai me desafiar também, pô”.

Acionada, a polícia foi até o local. A vendedora agredida não registrou ocorrência, no primeiro momento, por esperar que o cliente antigo da loja caísse em si e pedisse desculpas. Porém isso não aconteceu. O bombeiro disse que não se desculparia porque também teria sido ofendido.

Com a decisão do bombeiro, a mulher decidiu prestar queixa na delegacia.

Por meio de nota, o Corpo de Bombeiros disse que foi aberto um procedimento administrativo para analisar o caso. Ainda de acordo com o documento, o militar possui uma “ficha sem alterações disciplinares”, além do direito à ampla defesa e atendimento psicológico.

Como denunciar violência contra a mulher?

Os casos de violência contra a mulher que viram processos no Poder Judiciário começam em diferentes canais do sistema de justiça, como delegacias de polícia (comuns e voltadas à defesa da mulher), disque-denúncia, promotorias e defensorias públicas.

É ou conhece alguém que sofre qualquer tipo de violência? Saiba onde e como denunciar:

Disque 180

O Disque-Denúncia foi criado pela Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM). A denúncia é anônima e gratuita, disponível 24 horas, em todo o país. Os casos recebidos pela central são encaminhados ao Ministério Público.

Disque 100

O serviço pode ser considerado como “pronto socorro” dos direitos humanos pois atende também graves situações de violações que acabaram de ocorrer ou que ainda estão em curso, acionando os órgãos competentes, possibilitando o flagrante. O Disque 100 funciona diariamente, 24 horas por dia, incluindo sábados, domingos e feriados.

As ligações podem ser feitas de todo o Brasil por meio de discagem gratuita, de qualquer terminal telefônico fixo ou móvel (celular), bastando discar 100.

Polícia Militar (190)

A vítima ou a testemunha pode procurar uma delegacia comum, onde deve ter prioridade no atendimento ou mesmo pedir ajuda por meio do telefone 190. Nesse caso, vai uma viatura da Polícia Militar até o local. Havendo flagrante da ameaça ou agressão, o homem é levado à delegacia, registra-se a ocorrência, ouve-se a vítima e as testemunhas. Na audiência de custódia, o juiz decide se ele ficará preso ou será posto em liberdade. Para mais informações, clique aqui.