Vítimas de violência sexual serão vacinadas contra o HPV
Medida do Ministério da Saúde garante proteção a homens e mulheres de nove a 45 anos de idade
Desde o início de agosto, vítimas de violência sexual passam a ser grupo prioritário para vacinação contra o HPV. A medida vai garantir proteção a pessoas de nove a 45 anos de idade que ainda não são vacinados ou que não completaram o esquema de imunização contra o vírus.
O papilomavírus humano (HPV) é a infecção sexualmente transmissível mais comum no mundo e está associado a 80% dos casos de câncer do colo do útero e a mais da metade dos casos de câncer na vulva, pênis, ânus e orofaringe. Além disso, 90% das verrugas genitais são provocadas pelo HPV. A vacina HVP quadrivalente, disponibilizada pelo SUS, previne contra as principais complicações.
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Processo vacinal
Antes, a vacina era aplicada apenas em crianças e adolescentes de nove a 14 anos e em pessoas de nove a 45 anos em condições clínicas especiais, como as que vivem com HIV/Aids, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos, imunossuprimidos por doenças e/ou tratamento com drogas imunossupressoras. A decisão de ampliar o público-alvo se alinha à recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Associação Pan-Americana de Infectologia (API).
De acordo com a Nota Técnica nº 63, assinada de forma conjunta pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Meio Ambiente (SVSA), Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS) e a Secretaria da Saúde Indígena (SESAI), a oferta da vacina será incluída de forma imediata ao protocolo de atendimento existente e realizada nos pontos de atenção à saúde do SUS que prestam assistência às vítimas de violência sexual. No contexto de saúde indígena, caso o serviço do primeiro atendimento não possua sala de vacina, as equipes dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) deverão se organizar para ofertar o imunizante.
Atendimento especializado
O abuso sexual é uma questão de saúde pública e segurança, que exige do Estado políticas e ações integradas como resposta. Uma violência que causa traumas profundos, feridas visíveis e invisíveis, e que pode resultar em gravidez indesejada e infecções sexualmente transmissíveis, como o HPV. No estado de São Paulo 30% das vítimas de violência sexual atendidas nos serviços especializados desenvolveram lesões por HPV.
** Com informações do Ministério da Saúde