Viúva de Marielle Franco abre Parada LGBT com discurso poderoso

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A organização da 22ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo já tinha deixado claro: eleições, e, consequentemente, a representatividade de LGBTs na política, é o tema a ser debatido na edição deste ano. Assim, nada mais acertado do que chamar para discursar na abertura Mônica Benício, viúva da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), assassinada em 14 de março deste ano.

Marielle  virou símbolo de representatividade na política, e Mônica fez questão de lembrar tudo isso à multidão que a aplaudia. “Marielle é uma mulher negra, favelada , lésbica e foi assassinada sobretudo porque ela representava e carregava no corpo todas as pautas que defendia, todas as bandeiras dos direitos humanos. Por nenhuma Marielle a mais! Nossas vidas importam, e a gente vai seguir na luta”, afirmou.

Mônica também lembrou que a parada é mais do que uma festa. “É importante que a gente diga que, embora tenha cara de festa, isso aqui é um ato político, isso aqui é um ato de resistência. O Brasil é um dos países que mais mata sua população LGBT, a gente não pode assumir isso, deixar que isso continue. Nosso corpo é resistência política”.

A arquiteta também falou sobre a necessidade de consciência política, de consciência de cidadão, ao citar as eleições que acontecerão em outubro. “É importante que a gente vote com consciência e coloque pessoas que nos representem de fato porque senão vão continuar nos matando. A gente tem de vir pra rua para fazer festa, mas a gente tem que vir pra rua também para fazer revolução.”

Além de Mônica, subiram ao trio para discursar políticos com a pré-candidata à Presidência Manuela D’Avila (PCdoB) e o prefeito Bruno Covas (PSDB-SP), que foi vaiado durante toda a sua fala. “O meu compromisso é que no meu governo não vamos admitir preconceito na cidade de São Paulo”, afirmou Covas. No ano passado, o então prefeito João Doria (PSDB-SP) não compareceu ao evento.

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