Witzel é o 6º governador do Rio de Janeiro investigado por corrupção
De 1998 até hoje, todos os cinco ex-governadores que foram eleitos no Rio e estão vivos já foram presos. nenhum deles de esquerda
O governador Wilson Witzel (PSC-RJ) foi afastado do cargo nesta sexta-feira, 28, por determinação do STJ (Superior Tribunal de Justiça) sob suspeita de irregularidades em contratos da saúde no combate à covid-19.
A decisão foi do ministro do STJ Benedito Gonçalves, que determinou o afastamento de Witzel por 180 dias. O vice-governador, Cláudio Castro, assume o cargo.
Alerj autoriza processo e Witzel está mais perto do impeachment
Em nota, a defesa do governador Wilson Witzel disse receber “com grande surpresa a decisão de afastamento do cargo, tomada de forma monocrática e com tamanha gravidade. Os advogados aguardam o acesso ao conteúdo da decisão para tomar as medidas cabíveis”.
Witzel é o sexto governador do Rio de Janeiro investigado por corrupção nos últimos anos quatro anos.
De 1998 até hoje, todos os cinco ex-governadores que foram eleitos no Rio de Janeiro e estão vivos já foram presos. Todos respondem em liberdade, exceto Cabral –já condenado e réu confesso. Nenhum deles são de partidos de esquerda.
Os ex-governadores envolvidos em irregularidades são Sérgio Cabral (preso e condenado); Pezão (em liberdade); Moreira Franco (em liberdade); Rosinha Garotinho (em liberdade) e Anthony Garotinho (em liberdade).
Benedita da Silva e Nilo Batista, que nunca foram detidos, tinham cargo de vice-governador e assumiram os mandatos quando os eleitos saíram – Garotinho e Leonel Brizolla (morto em 2004, respectivamente.
Operação Tris in Idem
Autorizada pelo ministro do STJ Benedito Gonçalves, A Polícia Federal desencadeou nesta manhã a Operação Tris in Idem — referência ao fato de se tratar do terceiro governador do estado que se utiliza de esquemas ilícitos semelhantes para obter vantagens indevidas, segundo o Ministério Público Federal (MPF).
A ação é um desdobramento da Operação Placebo, que investiga atos de corrupção em contratos públicos do governo do Rio de Janeiro.
Em sua decisão, o ministro Benedito Gonçalves, entendeu ser suficiente o afastamento do cargo para fazer cessar as supostas atividades de corrupção e lavagem de dinheiro.
O governador e outras oito pessoas, incluindo a primeira-dama Helena Witzel, também foram denunciados pela PGR (Procuradoria-Geral da República) por corrupção, que chegou a pedir a prisão de Wilson Witzel, mas que foi negada pelo STJ.
Em nota, a defesa de Witzel disse que “recebe com grande surpresa a decisão de afastamento do cargo, tomada de forma monocrática e com tamanha gravidade”.
Pastor Everaldo preso
A Polícia Federal também cumpre nesta manhã mandado de prisão contra o presidente do PSC, Pastor Everaldo.
O ministro Benedito Gonçalves, do STJ, ainda expediu mandados de busca e apreensão contra Helena Witzel, o presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), André Ceciliano (PT);e o desembargador Marcos Pinto da Cruz.
Ao todo a PF cumpre 16 mandados de prisão, sendo seis preventivas e 10 temporárias, e 82 de busca e apreensão no âmbito da Operação “Tris in Idem”, que é desdobramento da Operação Placebo, que investiga corrupção em contratos públicos do governo do Rio.