Rodrigo Maia ironiza Bolsonaro: “Não preciso voltar a namorar”
O clima continua tenso entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, um dos principais articuladores da reforma da previdência, e o presidente Jair Bolsonaro.
Importância dessa tensão: sem apoio de Maia, a reforma não andar.
Se não andar, o governo Bolsonaro acaba.
Crítica de Maia: Bolsonaro precisa “ter mais tempo para cuidar da previdência e menos tempo cuidando do Twitter, porque senão a reforma não vai avançar”.
É uma resposta ao comentário de Bolsonaro no Chile sobre como acalmar o presidente da Câmara, irritado com os ataques nas redes, inclusive de Carlos, filho do presidente.
“Só conversando. Você nunca teve uma namorada? E quando ela quis ir embora o que você fez para ela voltar, não conversou? Estou à disposição para conversar com o Rodrigo Maia, sem problema nenhum”, disse Bolsonaro.
Resposta de Maia.
- Vai ter horário de verão em 2024? Governo anuncia decisão final
- “Quem Não Tem Lona Pede Carona” convida pessoas idosas de Mauá a lembrarem memórias com o circo
- Calendário PIS / Pasep julho 2024: veja quando receberá o abono salarial
- Governo reduz teto dos juros de empréstimos consignados do INSS
“Eu não preciso almoçar, não preciso do café e não preciso voltar a namorar. Eu preciso que o presidente assuma de forma definitiva o seu papel institucional, que é liderar a votação da reforma da Previdência, chamar partido por partido que quer aprovar a Previdência e mostrar os motivos dessa necessidade”,
A jornalista Eliane Cantanhêde ouviu esse ataque:
“Não tem governo. É um governo vazio, que não tem ideia, proposta, articulação”. E continuou: “Para dissimular, criou esse confronto do bem contra o mal, do bonito contra o feio, do quente contra o frio. Eles são o bem, os bonitos, os quentes. E nós, os políticos, somos os maus, os feios. É só para manter a base ultraconservadora na internet”.
Mais um desabafo sobre a reforma da previdência:
“Ele tira o corpo fora e vende a imagem de que nós é que estamos obrigando o governo a fazer a reforma”.
Usando essas duas frases, a jornalista mostra como Bolsonaro e seus filhos geram crises, dificultando a reforma da previdência – o maior desafio hoje do Brasil.
É assim que o governo, em vez de aglutinar, vai dividindo, afastando, criando atritos, dificultando não só a reforma da Previdência como a sua própria vida.
O Planalto não pode correr o risco de perder o apoio de Maia, porque ele abriria uma longa fila de adversários, o DEM, o PSDB, o MDB, parte dos evangélicos do PRB e vai por aí afora. O que sobraria? O PSL, novo inexperiente e dividido?
O pior é que a culpa da guerra de guerrilhas na internet sempre cai sobre os filhos, mas Maia tem uma certeza: “É tudo patrocinado por ele”. Quem é ele? Jair Bolsonaro.
Resumindo: Jair Bolsonaro é, em sua visão, o chefe das milícias digitais.