“Profissão: Músico” na Era do Acesso

27/04/2011 16:00 / Atualizado em 30/04/2020 11:43

Como um músico sobrevive numa pós-revolução MP3? Como viver e depender de uma profissão que, aparentemente, perdeu sua fonte de lucro em meio ao cenário que se deu? Para enferrujar as grandes gravadoras e fragilizar a indústria da música, foi preciso nascer apenas uma expressão: download.

Para ilustrar (e sonorizar) esse quadro, o Projeto Ccoma, um duo de jazz contemporâneo de Caxias do Sul e o cineasta colombiano Daniel Vargas decidiram sair pelas ruas do mundo colhendo depoimentos de músicos do Brasil, Inglaterra, França, Uruguai, Colômbia,  Alemanha e Grécia.

“O Dj Anderson Noise foi o primeiro entrevistado e nos ajudou muito a entender como funciona o mercado da música eletrônica e deste conceito, acabamos abrindo pros músicos de rua em Londres, pro Dj Ravin, para os músicos de rua de Bogotá. Acho que esse filme resume um pouco o momento em que estamos vivendo, em que a maioria das coisas são híbridas, feitas um pouco aqui no Brasil, montadas na China, e vendidas de volta para os brasileiros que viajam a Miami para fazer compras.” (Luciano Balen, do Projeto Ccoma)

O documentário “Profissão: Músico” produzido entre outubro de 2009 e dezembro de 2010, é inspirado nas soluções que esses profissionais encontraram para que não fossem engolidos pelo novo sistema da Era Digital, onde a internet (quando usada a nosso favor) torna-se um meio eficiente de aproximação entre artista e público.

Com uma câmera na mão e com a trilha sonora do próprio Projeto Ccoma (baixe aqui) adotou-se o método Faça Você Mesmo (DYI), provando que o verdadeiro cinema e a verdadeira música do novo mundo digital dependem unicamente de quem quer e faz e não de quem espera acontecer.

“Não é um cara atrás de uma mesa que vai dizer o que é bom, ou não é. Tu fazes e lança! A Internet é tudo!” (a jornalista Kátia Suman no documentário)

Confira o média metragem “Profissão: Músico”  de 45 minutos

Por dentro do Projeto Ccoma

Projeto Ccoma
Projeto Ccoma

É um duo de jazz contemporâneo, formado pelo trompetista Roberto Scopel e pelo percussionista Swami Sagara, que mistura a sonoridade eletrônica do final dos anos 70, com trompete e percussão.

Como se autodescrevem, é um “saravá-eletrônico-milles-davis” que se faz presente numa série de elementos: instrumentos como o raro hang drum, e o theremin (um dos primeiros instrumentos eletrônicos da história).

O duo também se utiliza de projeções de vídeo, feitos por eles mesmos, que incrementam na ambiência do espetáculo.