Coletivo artístico cria a ‘máquina para ser outra pessoa’
Inspirado em experimentos neurocientíficos, mecanismo permite fazer com que o cérebro pense que está no corpo de outra pessoa
Como seria se uma pessoa racista passasse um tempo no corpo de alguém da etnia que detesta e menospreza? Ou então, qual seria a reação de um machista ao se ver na pele de uma mulher? O coletivo artístico BeAnotherLab tem tentado responder estas perguntas. Na prática.
O grupo desenvolve o trabalho The Machine to be Another, ou “a máquina para ser outro”, em tradução livre. Inspirado em experimentos neurocientíficos, o projeto envolve um mecanismo que permite “enganar” o cérebro de alguém, fazendo com que ele pense que está no corpo de outra pessoa.
Além de tratar das questões de gênero e etnia, o BeAnotherLab também fez uma impressionante experiência com uma dançarina com deficiência física. Em uma cadeira de rodas, ela usou os óculos que davam a impressão de que ela era uma bailarina com seus movimentos normais. Enquanto isso, uma outra mulher fazia a performance idêntica, mas sem a cadeira de rodas. Veja:
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O projeto teve início durante a tese de mestrado em artes digitais do brasileiro Philippe Bertrand, na Universidade Pompeu Fabra, em Barcelona. Depois, integrada ao coleivo BeAnotherLab, a ideia foi aceita para uma residência artística na cidade catalã de Sabadell.
“A intenção é trabalhar questões ligadas à empatia, identidade, percepção do outro”, afirma Philippe. “Nossa teoria é que se as pessoas se aceitassem como parte de um grupo o mundo seria melhor.”
Agora, Philippe está buscando um projeto de residência para ampliar as investigações. “Estamos abertos a colaborações e participação de grupos de ativistas”.
Difícil de acreditar como esse experimento funciona? Assista a este vídeo: