Copa das Artes: Grupo B conta com Luís Buñuel, Van Gogh, Pablo Neruda e arte aborígene australiana

O cinema surrealista, irônico e crítico de Luís Buñuel; a genialidade de Van Gogh; vida e obra de Paulo Neruda; e a arte aborígene e única de Emily Kngwarreye

28/05/2014 11:47 / Atualizado em 06/05/2020 16:12

Grupo B

A Espanha surrealista e louca de Luís Buñuel

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Poster de “Um Cão Andaluz”[/img]

Durante sua primeira exibição, a cena inicial de uma navalha cortando um olho causou desmaios na plateia e aborto de uma espectadora.

O filme, de certa maneira, concentra de maneira intensa as características que vão marcar a obra de Bunuel, como o anti-clericalismo, rebeldia, inconformismo, imagens surreais e humor negro.

Após exílio durante a Guerra Civil Espanhola, desentendimentos com Dali, Buñuel vai para o México, onde grava filmes comerciais.

Ele consegue retornar ao cenário autoral com “Los Olvidados” (1950), em que mostra a dura realidade dos garotos de rua da Cidade do México – misturando realismo, documentário, crítica social e pequenas doses de surrealismo.

Outro filme de destaque é “Le Charme Discret de la Bourgeosie” (O Discreto Charme da Burguesia, 1972), na qual ironiza toda a arrogância, amoralidade e desonestidade da burguesia.

 
 

“Quando sinto uma terrível necessidade de religião, saio à noite para pintar as estrelas”, Van Gogh.

 O pintor Vincent Willem van Gogh (1853 – 1890) é considerado um dos mais importantes artistas de todos os tempos.

Porém, em vida, nunca teve sucesso e fracassou em praticamente todos os aspectos sociais: não constituiu família, não teve sucesso financeiro e não tinha vida social.

Suicidou-se aos 37 anos, com grave doença mental.

O sucesso póstumo surgiu após exibição de suas telas em 1901 em Paris. O artista é considerado um dos primeiros pintores à unir as estéticas impressionistas e modernistas, influenciando diferentes movimentos artististicos posteriores.

 
 
 
 
 
 

O Chile de Pablo Neruda

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“Nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria” – Pablo Neruda[/img]

Durante a Guerra Civil Espanhola, escreveu “España en el Corazón” direto da linha de frente republicana. O momento marcou sua maturidade política e inclinações comunistas. Seu amigo García Lorca foi executado na guerra.

Foi eleito senador em 1945 no Chile e dedicou-se a resolver problemas do país, mas teve que se exilar em diferentes momentos devido à sua ideologia.

 
 

Viajou por muitos países e teve sua obra traduzida em praticamente todas as línguas.

Morreu em 1973, 12 dias depois do golpe de estado contrário ao seu amigo e então presidente socialista, Salvador Allende.

A pintora aborígene de 80 anos

 
 

Emily Kame Kngwarreye (ou Emily Kam Ngwarray) (1910-1996) é uma artista australiana de origem aborígene. Ela é uma das artistas mais famosas do país e seu trabalho tem reconhecimento internacional.

Ela só começou a pintar profissionalmente próxima aos 80 anos de idade. Antes disso, ela nunca havia deixado o deserto em que vivia, na comunidade Utopia, norte da Austrália.

Apesar de pintar em rituais aborígenes, só conheceu a pintura moderna em programas governamentais, após a demarcação e reconhecimento das terras aborígenes.

Em sua curta carreira, com apenas oito anos de pintura profissional, a artista desenvolveu diferentes estilos e técnicas de pintura, impactando o cenário australiano e mundial das artes.