Copa das Artes: no Grupo A, a bola segue com Nelson Rodrigues, Frida Kahlo, música camaronesa e arte croata
Série de matérias revela o melhor das artes dos países participantes da Copa; acompanhe
O mundo pode ser redondo, mas nem só de bola vive o homem. Pensando em quem curte futebol e quer aumentar seu repertório cultural e também em quem não está em clima de Copa do Mundo, o Catraca Livre vai realizar a Copa das Artes – um especial com dicas muti-culturais dos países participantes do mundial.
Como é impossível reunir todos os artistas relevantes de todos os países, não deixe de enviar a sua dica cultural nos comentários.
Grupo A
O Brasil de Nelson Rodrigues
É difícil escolher um artista que represente o Brasil, país sede do mundial. Em um momento contraditório, a empolgação com o futebol mistura-se com o sentimento de protesto.
O escritor, dramaturgo e cronista Nelson Rodrigues representa essas e outras contradições do país. Ele foi considerado, ao mesmo tempo, imoral e reacionário, pornográfico e moralista, genial e maldito.
Independente das contradições e polêmicas apontadas pela critica, o legado de Nelson Rodrigues é inquestionável. Ele revolucionou a dramaturgia brasileira, explorando a vida do suburbana do carioca, abordando sexualidade, loucura e crimes em um ritmo único de diálogos.
Em o “Vestido da Noiva”, de 1943, o autor causou uma revolução estética trazendo três planos simultâneos na personagem Alaíde: realidade, memória e alucinação.
Começou a escrever crônicas esportivas em 1962, declarando toda a sua paixão pelo esporte e pelo Fluminense.
“Em futebol, o pior cego é o que só vê a bola.”
“Pensavam que eu era uma surrealista, mas eu não era. Nunca pintei sonhos. Pintava a minha própria realidade”
Revolucionária, libertária, bissexual, feminista e talentosa, a artista plástica Magdalena Carmen Frida Kahlo nasceu em 6 de julho de 1907, em Coyacan, México.
Adoradora da cultura popular mexicana, retratou e valorizou a cultura indígena, santos populares, objetos de devoção, comidas e folclore.
Durante a infância, teve paralisia infantil e na juventude sofreu um acidente quase fatal. Em seus auto-retratos abordou os traumas emocionais e dores físicas.
Casou-se em 1929, com o muralista Diego Rivera, com quem teve um relacionamento controverso. Depois, casou-se com Leon Trótski, exilado no México da União Soviética.
Croácia e o movimento artístico Gorgona
“O Grupo Gorgona era uma mera participação em uma existência que trouxe alguns ingredientes: o absurdo, o vazio. O Grupo Gorgona não era um grupo de pintores. Ele se manifestava com conversas, ideias e algumas realizações, com a ajuda da palavra escrita quando nada mais podia ser feito”, Josip Vaništa.
Entre 1959, e 1966, o grupo de artistas Gorgona usou maneiras não convencionais de arte como expressão. Formado pelos pintores Josip Vaništa, Julije Knifer, Marijan Jevšovar, Đuro Seder, oIvan Kožarić, o arquiteto Miljenko Horvat, entre outros, o grupo conseguiu grande impacto na arte contemporânea croata.
Eles usaram técnicas radicais de existencialismo, neo dadaísmo e proto conceitualismo e também criaram a anti-revista Gorgona.
O Gorgona convidava pessoas para eventos que não aconteciam, criava anúncios para objetos triviais, planeja projetos não concluídos e expulsava convidados de eventos.
Camarões no ritmo da makossa
Makossa é um ritmo popular em Camarões que surgiu nos anos 1950 e foi ganhando novas influências com o decorrer do tempo.
Além da presença de ritmos tradicionais africanos, a makossa também carrega influências de jazz e música latina.
Existem inúmeros artistas que representam o gênero e suas vertentes, os pioneiros foram Eboa Lotin, Lapiro de M’Banga, Bebe Manga, Sam Fan Thomas, Zangalewa (Golden Sounds), Koto Bass, Ndedi Dibango, Yerima Afo Akom, entre outros.
A música contemporânea camaronesa também é muito rica e tem produção de artistas da nova e velha geração. Confira algumas dicas no site Conexão África.