Fotógrafo realiza trabalho co-autoral com sua avó de 80 anos

O trabalho começou quando Ludimilla Sakharoff, 82, pediu uma câmera fotográfica para o neto, Breno Rotatori

Breno Rotatori, fotógrafo, 26, estava no quarto ano da faculdade  quando sua avó, Ludmila Sakharoff, 82, pediu uma câmera fotográfica. Ela queria fotografar o dia-a-dia de sua vida e família.

O fotógrafo resolveu deixar uma câmera analógica automática. “Assim ela tinha todo o controle da produção. Podendo comprar o filme, mandar revelar e ter a imagem em mão”, explica Rotatori.

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Assim começou a parceria co-autoral entre os dois, que culminou em duas séries fotográficas: Ludmila Sakharoff, com fotos do dia-a-dia tiradas pela avó; e Manéludi, com fotos simultanêas de Breno e Ludmila.

“Depois, eu resolvi passar a fotografar ela fotografando”, conta Breno. E o fotógrafo ficou surpreso ao juntar as imagens.

“A questão do plano e contra plano foi a primeira a surgir, pois gera uma sensação de tridimensionalidade. É interessante, pois vem do cinema e outras linguagens mas está presente no trabalho”, diz o fotógrafo.

Segundo Rotatori, apesar das fotos serem simultâneas, ainda apresentam um constrate plástico e de temporalidade. “As imagens analógicas tem caráter antigo nas cores. Interferências que os laboratórios mais simples oferecem e que eu gosto. Já o digital tem uma imagem mais limpa”, explica.