Seminário de arquitetura discute transformação criativa das cidades

A cidade como o grande palco. A arquitetura como (re)invenção. A criatividade como elemento transformador das relações indivíduo-ambiente. No dia 5 de dezembro, as interações entre arte, arquitetura e espaço público vão pautar a discussão do encontro ‘Cidades Performáticas’ que acontece no Auditório da Fundação Bienal, das 9h às 19h, com entrada Catraca Livre. As inscrições podem ser feitas no site do Arq.Futuro.

Com duração de um dia, o evento reunirá gestores públicos e privados, curadores, artistas e arquitetos, do Brasil e de países como Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido, para debater a cultura como elemento de transformações urbanas.

gestores, criadores e produtores culturais para debater o papel da cultura como elemento de transformações urbana

Programação 

Duas vertentes estarão em foco no seminário: a estratégia cultural de caráter permanente, que leva à construção dos grandes museus, teatros e centros culturais como equipamentos fixos das cidades, e a estratégia cultural efêmera, que prevê as intervenções urbanas táteis e instalações de caráter temporário. Por que a mesma estratégia pode se revelar tão diferente dependendo do lugar onde é empregada? Por que em certas cidades a chamada “cultural led regeneration”, tal como aconteceu em Londres com o projeto da Tate Modern, gera vida urbana dinâmica e vibrante e, em outras, gentrificação e isolamento da população?

Os convidados 

Participam do primeiro painel o arquiteto português Pedro Gadanho, curador do Departamento de Arquitetura e Design do MoMA, em Nova York, e Donald Hyslop, o diretor de Regeneração e Parcerias Comunitárias da Tate Modern, em Londres. Gadanho acaba de inaugurar no MoMA a exposição Uneven Growth, sobre urbanismo tátil em megas-cidades.

À frente de várias ações de planejamento urbano no Rio de Janeiro, o arquiteto e presidente do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade Washington Fajardo fala das estratégias para a revitalização da zona portuária da cidade, incluindo a criação de equipamentos culturais permanentes, como o MAR (Museu de Arte do Rio).

Num segundo momento, Cidades Performáticas promove o encontro e a troca de experiências entre conhecidos gestores culturais — Danilo Santos de Miranda (diretor do Sesc-SP), Emilio Kalil (diretor da Fundação Cidade das Artes do Estado do Rio de Janeiro) e Carlos Augusto Calil (ex-secretário de Cultura de São Paulo e criador da Virada Cultural), que discutem a vocação cultural das cidades. Afinal, onde cabe ser mais tático? Onde ser mais estratégico?

Na última mesa do dia, criadores confrontam suas formas de intervenção no espaço urbano, seja via teatro — como Claudia Bosse, do theatercombinat, grupo fundado em Berlim e hoje baseado em Viena, seja através da arquitetura, como Karsten Huneck e Bernd Trümpler, do Office of Subversive Architecture, de Berlim; seja através da arte, como o mexicano Héctor Zamora. A partir dos diversos formatos e ideias, vão se revelando as possibilidades de leitura e interpretação do urbano, na perspectiva de descobrir a real vocação dos lugares: este seminário sai em procura daquela cidade que pode se fazer, desfazer e refazer pela intervenção criativa de quem a habita.