Bolsonaro defende prazer de dirigir mesmo que provoque morte

06/05/2019 07:12 / Atualizado em 11/09/2019 12:06

No programa Silvio Santos, Jair Bolsonaro justificou a retirada dos radares das estradas federais como o direito do “prazer de dirigir”.
Para ele, radares são apenas “caca-níqueis”.
Apenas não citou que, segundo vários estudos, as estradas com mais radares têm menos mortes.
Também não citou que ele e sua família estão repletos de multas.
Mais: eles quer facilitar a vida de quem comete multas no trânsito, aumentando para 40 pontos para suspensão da carteira de habilitação.
A Justiça já mandou reativar os radares.
Cito aqui trecho reportagem do “Estadão”.

A rodovia paulista mais vigiada por radares registrou 31% menos mortes em acidentes de trânsito do que a estrada com uma quantidade cinco vezes menor de medidores. Nos meses de janeiro e fevereiro dos últimos cinco anos, 78 pessoas morreram na Rio-Santos (SP-55), com 74 radares fixos.
No trecho paulista da Régis (BR-116), com 14 radares, houve 113 mortes no mesmo período, segundo dados do Infosiga.
Desde 2015, o sistema paulista de segurança no trânsito registra as mortes por acidente, incluindo as que acontecem em hospitais, após a remoção das vítimas.

As duas rodovias têm quase a mesma extensão e estão entre as estradas mais violentas de São Paulo. A SP-55 começa em Miracatu e vai até Ubatuba, divisa com o Rio, percorrendo praticamente todo o litoral, ao longo de 336 km. O trecho paulista da Régis vai da capital à divisa com o Paraná – 300 quilômetros. A via federal é toda duplicada, enquanto a SP-55 tem um terço em pista dupla. As duas passam por serras e têm muitas curvas. Na Rio-Santos, há um radar a cada 4,5 quilômetros.Na Régis, a média é de um a cada 21,4.
Conforme o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), o elevado número de radares na SP-55 se justifica porque a rodovia corta muitas áreas urbanas. Do total, 39 são do tipo lombada eletrônica, equipamento que informa ao motorista a velocidade”.