Dimenstein: Bolsonaro está cavando sozinho seu próprio impeachment

Ex-fã de Jair Bolsonaro, Lobão foi ontem ao Twitter pedir o impeachment do presidente o mais rapidamente possível.

A palavra impeachment cresce entre adversários e aliados do presidente – inclusive de Eduardo Bolsonaro, que, num post, vê a chance de uma queda do pai, que seria substituído, segundo ele, por um “bundão”.

A verdade: Bolsonaro está cavando sozinho seu próprio impeachment.

Sem ajuda de ninguém, ele vai ganhando inimigos poderosos, distantes do que se intitula chamar de esquerda.

Basta ver os mais recentes fatos.

Ele dá uma entrevista coletiva anunciando uma Fake News contra um dos mais importantes jornalistas da Globo – Merval Pereira.

Mesmo desmentido, insistiu na mentira.

Uma provocação gratuita com a maior rede de comunicação do Brasil.

Bolsonaro ofende a mulher do presidente francês –e ofende nos termos mais baixos possíveis.

Suas posições desastrosas sobre meio ambiente no geral e Amazônia, em particular, colocaram o mundo contra o Brasil.

No caso, países como Alemanha, França, Irlanda, Inglaterra.

Principais jornais do mundo devastam a imagem de Bolsonaro no Exterior.

Isso significa bilhões em risco comércio exterior.

Aqui entra, portanto, o pavor dos empresários e, em especial, do agronegócio e ruralistas –uma das bases eleitores de Bolsonaro e apoio no Congresso.

Por motivos nebulosos, ele transforma seu ministro mais popular –Sergio Moro– em adversário, humilhando-o publicamente.

Bolsonaro está mexendo na Receita Federal, Polícia Federal e Ministério Público para proteger sua própria família –o que pode sugerir crime de obstrução de Justiça.

Para completar, acaba de sair uma pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes ( CNT) mostrando o colapso acelerado da imagem presidencial.

Um detalhe dessa pesquisa: 72% são contra a ida de Eduardo Bolsonaro para o Exterior, que soa ( e é) nepotismo.

Esses fatos todos não foram criados por inimigos. Mas pelo próprio presidente.