Dimenstein: quantas pessoas Bolsonaro vai matar com essa decisão?

A única pergunta relevante para essa reportagem do O Globo é simples: quantas pessoas Jair Bolsonaro vai matar ou tornar deficientes físicas?
Não sei dizer o número.
Mas posso garantir – isso mesmo, garantir – que mais gente gente vai morrer ou ficar deficiente se o Governo Bolsonaro, incomodado com o que imagina ser a indústria da multa, não reativar o sistema de radares das estradas administradas pela União.
O Globo traz uma reportagem alarmante sobre a decisão do Governo Bolsonaro de desativar o sistema de radares nas estradas administradas pela União.
Descoberta do jornal: o sistema de fiscalização eletrônica diminuiu de 5,5 mil pontos ativos, em julho de 2018, para cerca de 440 até março deste ano.
Esse sistema cobre 52 mil quilômetros de vias cuidadas pelo Governo Federal.
Os pardais não funcionam mais por um motivo: os contratos de manutenção e funcionamento venceram.
Nada foi colocado no lugar
E, aqui, suspeita-se que a motivação seja essa bobagem: os radares fazem parte da indústria da multa.
Para aquela minha pergunta, eu mostro aqui esse trecho da reportagem:

A medida pegou de surpresa a área técnica do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). O órgão considera que a presença dos radares contribuiu para redução de 24,7% no número de mortes nas vias federais entre 2010, quando o governo implantou o Programa Nacional de Controle Eletrônico de Velocidade, e 2016. Passou de de 7.083 para 5.333 óbitos no período. A quantidade de desastres também caiu, de 191.161 para 95.965, uma queda de 47%.

Opinião de Michelle Andrade, doutora na área de transportes e professora da Universidade de Brasília (UnB):

A gente sabe a partir do nosso histórico e das experiências internacionais que o controle de velocidade é uma medida importante para reduzir a violência no trânsito. Em vez de retirar os equipamentos, devia melhorar a fiscalização e também investir em educação e infraestrutura no trânsito.