Jair Bolsonaro devolve a bomba da Folha para seu ministro
Tradução do recado de Bolsonaro diante da bomba da Folha sobre desvios de seu ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio: o problema não é meu.
Mas é.
O porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, mostrou que, na prática, Bolsonaro não vai se desgastar por causa de seu ministro do Turismo .
Afirmou que não cabe ao presidente se manifestar sobre a revelação de que Marcelo Álvaro Antônio (Turismo) chefiava uma operação de candidaturas laranjas – esses candidaturas teriam levado dinheiro público para sua candidatura a deputada em Minas Gerais.
Li e reli várias vezes a reportagem que o jornal publicou sobre seu ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, o candidato mais votado no PSL de Minas Gerais.
A reportagem está extremamente documentada – e a resposta do ministro, pífia, vazia.
Resumindo a reportagem:
Marcelo era presidente do PSL em Minas, onde foi, no ano passado, o deputado federal mais votado.
O jornal afirma que ele criou quatro candidatos-laranja.
Esses candidatos receberam dinheiro do fundo partidário mas, na verdade, não fizeram campanha.
Receberam, ao todo, R$ 279 mil. Todas mulheres eram mulheres.
Folha explica:
O valor representa o percentual mínimo exigido pela Justiça Eleitoral (30%) para destinação do fundo eleitoral a mulheres candidatas.
Daquele valor repassado às quatro candidatos, R$ 85 mil foram parar de quatro empresas de assessores, parentes ou sócios de assessores do agora ministro de Bolsonaro.
A Folha ainda acrescentou, mais tarde, depoimento de uma candidata que disse ter sido cobrada em R$ 50 mil por assessores do ministro.
O caso está na Procuradoria Geral da República.
Todos sabem que Jair Bolsonaro se elegeu com a bandeira da honestidade.
É uma bandeira já arranhada ( para dizer o mínimo) com a descobertas dos desvios de dinheiro do gabinete de seu filho Flávio.
E do próprio presidente – afinal, uma das filhas de Fabrício Queiroz ficou por dois anos no gabinete de Bolsonaro ao mesmo em que era personal trainer no Rio.
Nesse caso do seu ministro de Turismo, algumas agravantes.
Ele é do próprio partido de Bolsonaro, o PSL.