Medicamento promete neste ano a cura de todos os tipos de câncer
Essa notícia está correndo os sites jornalísticos de todo o mundo: a cura do câncer estaria prestes a ser anunciada ainda neste ano.
Se você digitar no Google a palavra câncer, há uma grande dessa noticia aparecer no topo
Explicável: o algoritmo lê o número de vezes que as pessoas se interessam por essa informação.
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A força da notícia está nos seguintes fatos:
1) saiu no principal jornal de Israel ( Jerusalem Post);
2) Israel tem tradição em descobertas na área de saúde;
3)A empresa que desenvolve o produto tem experiência em biotecnologia.
4)A empresa fez promissores testes com ratos.
Vou usar essa notícia para ajudar você a aprender a ler os meios de comunicação com olhar crítico.
Não posso dizer que a notícia é Fake News.
Mas posso levantar suspeitas sobre excesso de otimismo.
Cura completa em um ano. É o que promete uma startup baseada em Israel, afirma o Jerusalem Post. “Acreditamos que poderemos oferecer dentro de um ano uma cura completa para o câncer”, afirma ao jornal Dan Aridor, presidente do conselho da Accelerated Evolution Biotechnologies (AEBI).
De acordo com Aridor, a cura terá benefícios em comparação aos tratamentos disponíveis na atualidade. Ele cita, por exemplo, “nenhum ou quase nenhum efeito colateral a um custo muito inferior do que a maioria dos tratamentos disponíveis”. O tratamento, afirma, seria de algumas semanas.
Fui comparar com comentários em outros veículos de comunicação. Pesquei esse comentário num site importante dos Estados Unidos, dizendo que, até agora, os testes foram feitos apenas em ratos – e ainda nem mostraram os resultados publicamente.
The company has not yet published any clinical evidence showing this treatment works in humans. CEO Ilan Morad told the Jerusalem Post that AEBi has only finished its first exploratory mice experiment, which he claims inhibited cancer cell growth.
O que se pode deduzir: a empresa pode ter até resultados promissores. Mas dos testes em ratos até humanos vai longo caminho.
A suspeita: o excesso de otimismo pode ser explicado pela vontade da empresa valorizar suas experiências e conseguir dinheiro.