Economia familiar: levar ou não as crianças ao supermercado?
Com pouco tempo e dinheiro para fazer as compras, muitas mães e pais passam por esse dilema: “levo ou não levo meu filho ao supermercado?”. O medo de que as crianças escolham produtos caros demais ou mesmo atrapalhem a dinâmica das compras faz com que a resposta a esse questionamento muitas vezes seja ‘não’. Mas afinal, deixar os pequenos de lado na hora de escolher os alimentos da família é sinal de economia ou mesmo de algum benefício para ambos os lados?
Pensando nisso, a consultora Ingrid Lisboa publicou uma coluna sobre o assunto no site ‘It Mãe‘. No texto, ela defende que a participação das crianças no momento supermercado fortalece as relações de cumplicidade entre mães/pais e filhos, uma vez que os pequenos entendem quanto custam as coisas e passam a fazer parte do planejamento familiar. Para ela, a iniciativa é fundamental para a autonomia de crianças.
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“No mundo moderno que vislumbro, as crianças saberão, sim, fazer compras no supermercado”, explica.
Confira as dicas:
Precisamos criar uma nova geração de meninos e meninas mais conectados com a casa
Os afazeres domésticos e o trabalho todo de manutenção que um lar envolve. Acho realmente contemporâneo ver um menino de 10 ou 12 anos com uma lista de compras na mão, junto com pai ou mãe no supermercado. Fico imaginando esse menino no futuro, 15-20 anos adiante, na faculdade, morando sozinho a quilômetros da família. Imaginem que alívio para a mãe saber que o filho sabe se virar sozinho, tem interesse em pensar no que comerá durante a semana e sabe o produto que melhor lava roupas. Ainda que ele não faça efetivamente fazer o serviço doméstico ou a comida, precisa conhecer para delegar, se for o caso. E também para fazer, quando for preciso. E o mesmo vale para as meninas, claro.
A criança pode e deve participar do processo de seleção e preparação dos alimentos
Estudos mostram que crianças que escolhem e preparam os alimentos comem melhor – como costuma reforçar a nutricionista Mayra Abondanza, colunista do It Mãe. Meu menino, apesar de magro, a-do-ra comer. Além de ir conosco ao supermercado e o hortifruti frequentemente, ele também escolhe os alimentos e já conhece os benefícios dos orgânicos. Gosto de olhar com ele as embalagens para verificar as quantidades de açúcar, sal e gordura. Nesses momentos, aproveito para explicar que todos os alimentos são permitidos, mas alguns devem ser ingeridos com moderação.
Algumas dicas para facilitar o “passeio”: peça ajuda à criança desde antes de sair de casa, escrevendo ou desenhando os produtos a serem comprados. Lá em casa, meu filho não só participa da lista, como também da escolha do cardápio da semana. Os maiores podem ajudar a encontrar e a colocar as compras no carrinho também (o que faz com que fiquem entretidos!), riscando-as da lista em seguida. Dependendo da idade, você pode ensinar a criança a guardar os produtos em casa – mas como são tarefas demais para um dia só, ela pode fazer as compras uma vez e, na seguinte, organizá-las. Ou o filho que ficou em casa ajuda a guardar, em revezamento.
Enfim, no mundo moderno que vislumbro, as crianças saberão, sim, fazer compras no supermercado. E o fazem porque querem, não apenas porque precisam. Elas estarão envolvidas em todos os detalhes, da lista ao preparo dos alimentos. Pois num futuro próximo, espero, serão também mais autônomas.