Finanças para crianças: ensine o valor do dinheiro para seu filho
A Catraca Livre preparou algumas dicas para mostrar para os pequenos a importância do planejamento financeiro
Quantas pessoas você conhece que se envolveram em dívidas intermináveis? É claro que imprevistos acontecem e nos fazem gastar além da conta, mas, em várias outras situações, é possível se planejar financeiramente para comprar o que você quer, ou fazer aquela viagem dos sonhos, por exemplo. Por isso, é importante ensinar noções básicas de finanças para as crianças, o valor real do dinheiro e a diferença entre querer e poder.
Tratar de um tema tão complicado com os pequenos não é uma tarefa fácil – ainda mais que nem sempre tivemos esse tipo de educação financeira. É preciso estudar um pouco e encontrar a linguagem mais adequada. Para te ajudar nessa missão, a Catraca Livre preparou uma série de dicas bacanas. Dá uma olhada! ;)
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1. Fale da sua realidade
Se os conceitos de economia são distantes e difíceis de compreender até para você que é mais velho(a), parta do contexto da sua própria casa. As crianças se espelham nos modelos dados pelos pais e pessoas próximas. Além disso, é importante que elas conheçam a realidade financeira de sua família.
Calma! A ideia não é falar para os pequenos sobre o quanto você ganha, o quanto você deve, ou preocupa-los com seus problemas financeiros. Tente trazer exemplos da sua rotina. Por exemplo, quando a criança pede um presente, deixe claro se você pode ou não compra-lo e se é possível se planejar para dar aquilo que ela quer. Se ela for um pouquinho mais velha, introduza a noção de preço, de quanto aquela quantia representa no seu orçamento e de quanto tempo precisa poupar antes de comprar o produto.
Outra ideia é mostrar como você se organiza para pagar as contas em casa com os outros adultos que moram com você. O simples fato de a criança assistir a uma conversa pacífica sobre a situação financeira da casa mostra que essa é uma tarefa rotineira com a qual os adultos precisam lidar. Tome cuidado para não brigar por causa de dinheiro na frente do seu/sua filho(a), pois isso pode afastá-lo(a) do tema financeiro.
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2. Administrando o dinheiro
É importante desde cedo dar pequenas quantias para a criança administrar da forma que ela bem entender. Se ainda é muito pequena, dê um cofrinho para que ela guarde as moedinhas e dê alguns trocados periodicamente para ela. É preciso ensinar a contar as moedas e que ela precisa poupar para comprar o que deseja.
Se o pequeno não poupa muito e gasta logo o dinheiro do cofrinho com doces ou outras besteiras, não o repreenda. Quando ele quiser novamente dinheiro para comprar essas coisas, explique que ele já gastou as economias dele e que é preciso poupar novamente. Não ceda a todas as vontades de seu filho – é para o bem dele.
Se seu filho(a) já é um pouco mais velho(a), avalie se já chegou a hora de ele(a) receber a famosa mesada – aquele dinheirinho que você dá sempre no mesmo dia, quase como um salário. Não tem regra de idade ou de quantia. Avalie a sua situação financeira e se seu/sua pequeno(a) já tem alguma responsabilidade/entendimento para usar o dinheiro.
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3. Explique sobre desigualdade social
É importante mostrar para seu pequeno que cada pessoa tem sua realidade financeira e que, por causa disso, infelizmente, as pessoas têm diferentes oportunidades na vida. O objetivo não é incentivar o ódio social, mas fazer com que ele/ela tenha consciência sobre o contexto em que sua família está inserida, sobre o valor do dinheiro e sobre as como são as condições de vida das outras pessoas, com mais ou menos posses.
Para isso, leve sua criança em um passeio por diferentes regiões da cidade, mais ou menos abastadas. Fale sobre aspectos concretos na vida da criança, como moradia, escola e brinquedos.
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4. Ensine sobre poupança e aposentadoria
Conte para crianças mais velhas que o caminho natural da vida é se aposentar depois de uma determinada idade e que, quando as pessoas deixam de trabalhar, passam a ganhar menos dinheiro. Explique que é preciso ter um planejamento financeiro para quando esse momento chegar e que o ideal é pensar nisso desde cedo.
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5. A primeira conta bancária
Muitos bancos trabalham com contas correntes para adolescentes e jovens que ainda não entraram na universidade, entre 12 e 20 anos. Esta pode ser uma maneira interessante de explicar na prática para seu filho como funciona o sistema bancário/financeiro, sobre poupança e investimentos.
Quando a criança ainda é pequena é preciso explicar que o cartão de débito ou de crédito não é uma fonte infinita de dinheiro. Suas compras podem ser um bom momento para isso.
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6. Estude e traduza
É impossível explicar para alguém aquilo que nem você entende. Por isso, é preciso estudar aquilo que você julga importante que seu filho entenda. Encontre a melhor linguagem para falar com o pequeno, sem subestimar ou superestimar a sua capacidade de entendimento. Procure exemplos práticos no seu dia a dia e metáforas.
As crianças são muito curiosas e vivem nos fazendo perguntas complexas. Se você não souber responder na hora alguma dúvida de seu filho, diga que vai se informar – e não se esqueça de responder a pergunta! Traduza para uma linguagem simples e o mais concreta possível os jargões e termos financeiros.