7 livros que falam sobre a infância de crianças refugiadas
Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR). existem no mundo cerca de 36 milhões de crianças deslocadas de seu território. Relatório da ONU aponta que, desse total, 28 milhões tiveram de fugir de suas casas por causa de conflitos e violência. Os dados alarmantes apontam para uma realidade dura, ainda que pouco aparente: dentre as muitas situações difíceis que existem no mundo, milhões são protagonizadas por crianças. Daí a importância de mostrar essas realidades para os pequenos e incentivar o debate com a família e na escola.
Pensando nisso, compartilhamos uma lista de 7 livros infantis e infantojuvenis organizada pelo nosso parceiro Portal Aprendiz, que tratam sobre a infância em situação de refúgio – seja colocando as crianças refugiadas em papel de protagonismo ou apresentando a consciência infantil diante da situação.
diante dos universos infantis, o Promenino listou títulos que, a partir de um uso singular dos poderes simbólicos da palavra, aventuram-se com primor nesta missão, permitindo não apenas iniciar o diálogo mas ampliar uma capacidade que reluz na infância: criar novos sentidos para a experiência humana. Confira:
O barco das crianças, de Mario Vargas Llosa (Alfaguara, 2016)
Enquanto se preparava para ir à escola, Fonchito via da janela um velhinho solitário, sentado em frente ao mar. Um dia, aproximou-se para saber da sua história. E a cada manhã, antes do ônibus chegar, ouvia um pouquinho sobre as desventuras de um grupo de crianças que, desde o século XII, navega pelos mares do mundo em busca da terra prometida. O livro, do jornalista e escritor peruano, com ilustrações de Zuzanna Celej, foi inspirado no relato do escritor francês Marcel Schwob (1867-1905), que diz: “Enchiam a estrada como um enxame de abelhas brancas. Não sei se onde vinham. Eram peregrinos muito pequeninos. Usavam cajados de aveleira e de bétula. Levavam uma cruz no ombro; e todas essas cruzes eram de várias cores
A Cruzada das Crianças, de Bertold Brecht (Pulo do Gato, 2014)
Publicado pela primeira vez no ano de 1948, este poema narrativo do escritor e dramaturgo alemão Bertold Brecht narra a árdua peregrinação de um grupo de crianças órfãs que, em meio a um implacável inverno na Polônia, foge dos horrores da Segunda Guerra Mundial. Sem perder a esperança e a solidariedade, os pequenos peregrinos lutam contra a fome, o frio, a miséria e o desamparo em busca de descanso, em um lugar de paz. Com seus traços imprecisos, em preto e branco, a ilustração de Carme Solé Vendrell reflete a fragilidade das crianças diante da crueza da guerra.
“Migrando“, de Mariana Chiesa Mateos (Editora 34, 2015)
O desafio de quem migra – mudar de país, de paisagens, deixar para trás a língua conhecida, os rostos familiares – é a temática deste livro que, com duas capas e dois pontos de partida distintos, amplia as possibilidades de interpretação sobre o fenômeno. Mostra que a palavra migrante pode ser sinônimo de sofrimento e fragilidade, mas também de coragem e de futuro. Como descreveu o educador e mediador de leitura Magno Rodrigues Farias, na seleção Destaques Emília 2015, um livro em que não há uma palavra, mas que tanto diz.
A chegada, de Shaun Tan (Edições SM, 2011)
Sem fazer uso de palavras, este livro é como um álbum de família, que percorre a história de um migrante, que deixa a esposa e a filha em sua cidade natal para tentar a vida em um país estrangeiro. Após longa travessia, ele chega a uma terra estranha, onde as pessoas falam uma língua indecifrável, comem alimentos exóticos e convivem com objetos flutuantes e animais bizarros. Repleto de símbolos arquetípicos, como a cauda do dragão que aparece fortuitamente no caminho do protagonista, o livro ressalta aspectos comuns e particulares às histórias de estrangeiros em países distantes.
*Veja mais títulos na lista completa, publicada pelo Portal Aprendiz