Aberta a primeira faculdade de pedagogia Waldorf do Brasil
Cada vez mais surgem novos métodos de ensino e opções voltadas para uma educação mais humanizada. Hoje não existe só a escola padrão e tradicional, mas uma gama de possibilidades que os pais podem escolher de acordo com o que mais cabe no estilo de vida e ideologia da família.
Uma das metodologias é a Waldorf – se antes existiam poucas escolas adotando este sistema educacional, hoje elas estão espalhadas pelas cidades, bairros e por todo país. A boa notícia é que agora existe também a possibilidade de estudar numa faculdade Waldorf.
Autorizada pelo Ministério da Educação no final de 2017, a Faculdade Rudolf Steiner iniciou as aulas em fevereiro e terá um evento para marcar a inauguração no dia 19 de abril.
- SP abre 1.145 vagas em cursos gratuitos na área da cultura
- Além de Londres: 5 motivos para fazer intercâmbio no Reino Unido
- “Agora consigo realmente ver o que é viver de verdade”, conheça influenciadora que nasceu na favela e hoje estuda na USP
- Conheça as alunas mais criativas em design que irão representar o Brasil no campeonato da Adobe
A proposta Waldorf anda na contramão da corrida das escolas por usar cada vez mais computadores, tablets e celulares no ensino, ela valoriza os trabalhos manuais, o movimento e o contato dos alunos com a natureza.
Trata-se de uma faculdade Waldorf de pedagogia. A grade curricular associa disciplinas como danças brasileiras, experiências poéticas e educação do corpo às regulares, exigidas pelo MEC.
“Será ótimo criar um diálogo com diferentes linhas educacionais. Temos o desejo de que a maioria dos professores aqui formados vá trabalhar em escolas que não são Waldorf, especialmente nas públicas”, declarou à Folha de São Paulo Melanie Mangels Guerra, diretora da faculdade.
Os alunos formados pela nova faculdade poderão dar aulas em qualquer escola. Essa é, aliás, a intenção do grupo que estruturou o curso. A exigência de cargas horárias em estágios em escolas públicas será maior, seguida pelas particulares ditas convencionais e, por fim, pelas Waldorf.
Tendo no mercado profissionais com essa formação, fica possível reforçar uma visão mais ampla da criança, associando os aprendizados às suas emoções e trabalhando de forma mais humanizada. O professor deve ter com o aluno uma relação de confiança, de forma que consiga, por exemplo, perceber suas dificuldades e o auxiliar a superá-las.
Nas escolas Waldorf, o mesmo professor costuma acompanhar a turma por um longo período, em algumas durante até oito anos. Assim, além da faculdade de pedagogia, é importante que haja cursos de extensão ou de pós-graduação de duração média de três anos. Mesmo os formados na Rudolf Steiner terão de fazê-lo.
A faculdade fica em um terreno de 16.600 m², bastante arborizado, na zona sul de São Paulo. Lá funciona também a primeira escola Waldorf do Brasil. A mensalidade custa R$ 1.498 e há atualmente 32 alunos ocupando as 50 vagas.
Para entrar, há um vestibular próprio e são oferecidas dez bolsas de estudo. A faculdade também tem pós-graduação (R$ 906 de mensalidade), hoje com 35 matriculados, e mantém cursos de extensão (preço depende da carga horária), frequentados atualmente por 120 profissionais.
O nome escolhido é em referência ao filósofo austríaco criador da antroposofia, que depois da Primeira Guerra, fundou uma escola para os filhos de trabalhadores de uma fábrica de cigarros, a Waldorf-Astoria, na Alemanha.
Hoje, no Brasil, existem 74 escolas autorizadas a usar a metodologia pela Federação de Escolas Waldorf, com 9.702 estudantes. Outras 130 estão no processo de certificação.
Leia mais: