Saiba quais são os desafios de cada fase escolar
A Educação Básica no Brasil é composta por diferentes segmentos, cada um com suas particularidades e demandas específicas
A cada ano escolar, os alunos enfrentam grandes mudanças em suas jornadas educacionais. As metas a serem alcançadas se modificam, os professores se renovam e as habilidades a serem desenvolvidas tornam-se mais complexas. No entanto, é nas transições entre os diferentes ciclos que essas mudanças se tornam ainda mais significativas.
Durante esses processos de transição, tanto os educadores quanto as famílias desempenham um papel fundamental. Eles são responsáveis por fornecer suporte e orientação aos alunos, garantindo que eles atravessem essas mudanças de forma natural e saudável.
O blog Novos Alunos, do Grupo SEB (Sistema Educacional Brasileiro), convidou Hélida Felgueiras, que é Diretora Pedagógica da Escola SEB Unidade Portugal e tem uma vasta experiência com os desafios e as descobertas de cada fase escolar para comentar o assunto.
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Ao compreender e apoiar as necessidades específicas de cada fase escolar, educadores e famílias ajudam os alunos a enfrentar os desafios e a aproveitar as oportunidades de aprendizado, preparando-os para os próximos ciclos de suas trajetórias educacionais e de amadurecimento. Continue a leitura e saiba mais:
Como são as fases escolares?
De acordo com a especialista Hélida Felgueiras, podemos justificar a divisão dos segmentos escolares pela Psicologia da Educação e do Desenvolvimento Humano. Ela nos explica que “há especificidades em cada fase do desenvolvimento humano, e é por isso que a escola tem esses segmentos bem delimitados, com construção de conhecimentos específicos.”.
Na Educação Básica brasileira, temos quatro grandes ciclos:
• Educação Infantil — destinada a crianças de até 5 anos de idade. Como a Hélida aponta, é a fase da fantasia, da construção do conhecimento de forma lúdica e da compreensão, por parte da criança, dos papéis que ela representa na brincadeira (e no mundo);
• Ensino Fundamental I ou Séries Iniciais (1º ao 5º ano) — é o grande momento de construção das competências leitora e escritora, além do desenvolvimento cada vez maior da autonomia. Nesse ciclo, os pequenos têm de 6 a 10 anos;
• Ensino Fundamental II ou Séries Finais (6º ao 9º ano) — a entrada no EF II coincide com a pré-adolescência, dos 11 aos 14 anos. É uma fase de enormes mudanças físicas, sociais, emocionais e cognitivas, com a construção de ideias mais abstratas e de senso crítico;
• Ensino Médio — a última fase da Educação Básica é direcionada aos adolescentes de 15 a 18 anos de idade. Nesse momento, há um foco na consolidação dos conhecimentos científicos, na atuação cidadã, na preparação para os vestibulares e na definição de escolhas profissionais.
Quais são os desafios de cada fase escolar?
Só pelo tópico anterior, já deu para ver que cada ciclo da Educação Básica é cheio de descobertas e desafios muito específicos, não é? Além das mudanças na estrutura pedagógica e nos objetivos de aprendizagem, há todo um contexto de alterações cognitivas, sociais e emocionais.
Pensando em todas essas esferas, isto é, na criança em sua integralidade, Hélida Felgueiras comenta os desafios de cada fase escolar, principalmente nos momentos de transição. Veja!
Da Educação Infantil para o Ensino Fundamental I (até o 5º ano)
A redução do trabalho lúdico, tão presente na Educação Infantil, e uma atenção maior à alfabetização. De acordo com ela, é natural que os pais fiquem ansiosos para ver seus filhos lerem e escreverem. No entanto, isso pode levar a uma certa pressão e comparação em relação aos colegas.
Portanto, é muito importante ter em mente que cada criança tem seu ritmo. Cabe às famílias ter paciência e compreensão, e cabe aos educadores orientar aos pais sobre as diferentes hipóteses de escrita e a evolução das crianças nas etapas da alfabetização.
Ainda, um enorme desafio nessa fase é a mudança na rotina escolar. De acordo com a especialista, o ideal é que, pelo menos no primeiro ano do Ensino Fundamental, a escola faça uma adaptação para que a mudança não seja tão brusca para a criança. Por exemplo, é possível manter alguns momentos de brincar, jogos direcionados, momento de parque e outras práticas lúdicas. Essa preocupação vai ao encontro do que diz a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), quando estabelece a importância do acolhimento e da continuidade do lúdico na transição da Educação Infantil para o EF.
Do Ensino Fundamental I para o Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano)
Nessa etapa, as crianças deixam de ter um único professor polivalente, atento a tudo o que acontece com cada aluno, e passam a ter diversos docentes. Consequentemente, há também o contato com diversas áreas do conhecimento de uma vez. Esse, por si só, já é um grande desafio.
No entanto, vale frisar que nessa idade a criança está entrando na pré-adolescência. “É uma fase de completa mudança em todos os sentidos, passando pelo corpo físico, pelo social e até o cognitivo. Há também um esforço para criar as próprias ideias e um desgaste emocional muito grande desse pré-adolescente”, explica a Diretora Pedagógica.
Por isso, é uma transição delicada, que pode levar até mesmo a quedas no desempenho escolar. A especialista defende que a palavra-chave é compreensão. Nesse sentido, tanto os educadores quanto os pais precisam entender que os pré-adolescentes passam por muitas oscilações e abrir sempre um diálogo afetivo com eles.
Em todos os momentos, é preciso ter firmeza e limites, mas sempre com paciência e escuta ativa. A especialista aponta que “é uma fase muito bonita em que, se as crianças forem ouvidas, a gente percebe como elas vão construindo seus saberes, vão tendo argumentos na sua fala”. É um contexto de grandes descobertas.
Do Ensino Fundamental II para o Ensino Médio
Por fim, a transição do Ensino Fundamental II para o Ensino Médio é marcada pela pressão para ter bons resultados acadêmicos, pela preparação para o vestibular e pelas escolhas profissionais.
Nesse ciclo, o adolescente é mais consciente sobre si e seu lugar no mundo, além de já ter desenvolvido mais suas habilidades socioemocionais. Os maiores desafios se relacionam ao gerenciamento de múltiplas responsabilidades, à preparação para a vida adulta e ao ganho de mais independência.
Como os pais e a escola podem ajudar em cada fase?
A especialista Hélida Felgueiras foca bastante a parceria entre escola e família. Ela diz que “é importante, em toda mudança de segmento, ter muitas reuniões com os pais para explicar quais são as mudanças e qual será o olhar da escola para essa transição”.
Nesses momentos, os educadores devem orientar e acolher os pais para que estes entendam como se dá cada processo e como lidar com eles da melhor forma. Juntas, escola e família, conseguem apoiar essa criança para que ela passe por todas as transições com naturalidade.
Para terminar, a Diretora Pedagógica deixa as seguintes palavras: “Cada fase do desenvolvimento tem sua graciosidade, tem sua beleza, mas também tem seus desafios”. Diante disso, é essencial trabalhar com as crianças sob a ótica de uma Educação Integral, que vai além do cognitivo, e olhar também para o desenvolvimento socioemocional de cada uma.
Quer descobrir mais sobre a educação das crianças? Acesse o blog Novos Alunos e saiba mais!
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