Por que se preocupar com o desenvolvimento emocional da criança?

Além da saúde física, é preciso ter atenção ao aspecto emocional dos pequenos

19/12/2022 09:57 / Atualizado em 22/12/2022 18:13

A vivência familiar, assim como a escolar, é fundamental para o desenvolvimento cognitivo e emocional na infância. Esses termos se referem às habilidades mentais que atuam no processamento de informações, na construção do conhecimento e na forma de lidar com as emoções.

Além da saúde física da criança, é preciso ter atenção ao aspecto emocional dos pequenos
Além da saúde física da criança, é preciso ter atenção ao aspecto emocional dos pequenos - Kampus/Pexels

O blog Novos Alunos, do Grupo SEB (Sistema Educacional Brasileiro), explica como esse contato com os outros é a base para que as crianças aprendam sobre a vida, o mundo, as relações interpessoais, os comportamentos básicos para a sobrevivência e muitas outras questões. Acompanhe a leitura e saiba mais:

Por que se preocupar com o desenvolvimento cognitivo e emocional da criança?

Cognição é um conjunto de funções psicológicas que permite a aquisição do conhecimento a partir de alguns processos. Os principais são:

  1. linguagem;
  2. atenção;
  3. percepção;
  4. memória;
  5. funções executivas.

Outras habilidades cognitivas relacionadas a essas incluem raciocínio lógico, velocidade de pensamento, imaginação, juízo, resolução de problemas e capacidade de se adaptar. O controle das emoções também está associado ao desenvolvimento cognitivo. Todas essas funções serão fundamentais na vida adulta, e, por isso, é importante que sejam estimuladas desde a infância.

Quando os aspectos cognitivos e emocionais são bem trabalhados desde cedo, a criança tem mais facilidade para habilidades que lhe são exigidas no dia a dia.

Desenvolver empatia

A empatia é uma habilidade nobre, mas, acredite se quiser, poucas pessoas conseguem realmente atingir o nível de se colocar no lugar do outro. A pessoa empática reflete essa característica em suas interações sociais, tornando-se mais flexível, compreensiva e aberta ao diálogo. O resultado disso é a facilidade para gerenciar conflitos interpessoais e construir relações saudáveis.

Por que se preocupar com o desenvolvimento emocional d?
Por que se preocupar com o desenvolvimento emocional d? - Chevanon/Pexels

Ainda, a empatia é uma importante soft skill e um dos pilares da inteligência emocional, a qual vem sendo cada vez mais ressaltada como um dos elementos que podem levar o indivíduo a uma vida bem-sucedida, em termos de realização pessoal e profissional.

Aceitar mudanças

Tanto na infância quanto na vida adulta, as pessoas passam por mudanças — muitas vezes, abruptas —, o que demanda capacidade de adaptação e resiliência. Ao incentivar o desenvolvimento cognitivo e emocional dos filhos, você também os prepara para lidar com esses momentos.

Afinal, as mudanças não são necessariamente negativas. Pelo contrário, o curso da vida é esse mesmo: passamos por diferentes fases, conhecemos muitas pessoas e nos afastamos de outras. Enfim, é um processo dinâmico. Portanto, é preciso ter abertura às novidades e saber se adaptar para permanecer em constante crescimento.

Tolerar frustrações

A adaptabilidade e a aceitação de mudanças também envolvem a tolerância à frustração. Isso é necessário porque não temos controle sobre todas as situações, mas podemos controlar a forma como reagimos a elas.

É essencial trabalhar a compreensão de que nem tudo acontece da forma como esperamos. Na fase adulta, aprendemos a lidar com muitos “nãos” da vida, mas esse processo pode ser mais doloroso se a pessoa não tiver estratégias emocionais para tolerar quando as coisas dão errado.

Ainda na infância, a tolerância à frustração ajuda a criança a sofrer menos quando dizemos “não” a ela. Portanto, é também uma forma de aprender a respeitar limites.

Ter disciplina e responsabilidade

Outro ponto valioso de incentivar o desenvolvimento cognitivo e emocional é que isso ajuda a criança a ter disciplina e compromisso. Mesmo os pequenos precisam aprender que todos temos tanto direitos quanto deveres e que, quando crescemos, as responsabilidades aumentam.

Guardar os brinquedos, ter autonomia nos procedimentos de higiene pessoal, manter os itens escolares organizados e lembrar do dever de casa são exemplos de atitudes que devem ser reforçadas no dia a dia.

Além de desenvolver habilidades cognitivas, como atenção, memória, resolução de problemas e funções executivas, as ações que demandam disciplina e responsabilidade na rotina ajudam a melhorar a convivência familiar e o desempenho escolar.

Como ajudar a criança a desenvolver a cognição e lidar com as emoções?

Incentive seu filho a falar como foi seu dia na escola
Incentive seu filho a falar como foi seu dia na escola - Kamaji Ogino/Pexels

O desenvolvimento cognitivo e emocional faz parte dos processos naturais humanos. Entretanto, o ambiente em que a criança está inserida pode favorecer a aquisição dessas habilidades. A família pode — e deve — fazer parte disso desde a infância. Veja como!

Incentive o diálogo

A capacidade de se comunicar com clareza e expressar os pensamentos e as emoções é uma habilidade que poucas pessoas desenvolvem de forma eficaz. Então, se até os adultos têm dificuldade de comunicação — sendo essa, justamente, a raiz de tantos conflitos —, imagine as crianças, que ainda não compreendem muito bem o que sentem e nem sempre sabem verbalizar isso.

Incentivar o diálogo é uma missão importante dos pais. A criança precisa sentir que está em um ambiente que acolhe as suas dúvidas e que a ajuda a encontrar respostas, um ambiente que favorece a comunicação como forma de fortalecer os vínculos familiares.

Além do diálogo, você pode usar brinquedos para ajudar no desenvolvimento cognitivo e emocional da criança. Jogos, brincadeiras diversas, leitura, contação de histórias, filmes e vídeos educativos também são recursos interessantes nesse processo.

Dê bons exemplos para os filhos

O lema “faça o que eu digo, não faça o que eu faço” é um tanto equivocado quando se trata de educar os filhos. As crianças aprendem com exemplos. Elas se espelham nas atitudes dos seus responsáveis e irmãos mais velhos, reproduzindo até os padrões de pensamento após uma longa convivência.

Os filhos talvez não falem sobre isso, mas é certo que observam como os pais se comportam. Por exemplo, em atitudes contraditórias, explosões de raiva e na forma como tratam as outras pessoas. Por outro lado, as crianças também aprendem com a postura positiva, como em demonstrações de tolerância, paciência, assertividade e resiliência.

Nossa sociedade é majoritariamente direcionada aos adultos e não costuma ouvir crianças e adolescentes
Nossa sociedade é majoritariamente direcionada aos adultos e não costuma ouvir crianças e adolescentes - August de Richelieu/Pexels

Então, cuide para ser para eles a pessoa que você gostaria que eles fossem no futuro. Passe valores! Isso também é parte importante do processo de desenvolvimento cognitivo e emocional na infância e na adolescência.

Acompanhe o aprendizado da criança

Por fim, é preciso dedicar atenção à evolução da aprendizagem dos filhos. Realizar o acompanhamento pedagógico é algo que pode ser feito com medidas simples e que não vão tomar muito tempo da sua rotina atribulada, como perguntar sobre o dever de casa e manter a abertura para esclarecer possíveis dúvidas.

Nem sempre você terá todas as respostas, mas isso não é um problema. O mais importante é demonstrar interesse, estar à disposição para acompanhar de perto o aprendizado da criança, reconhecer os seus avanços e dar apoio quando ela apresentar dificuldades.

A família e a escola são pilares nas diferentes fases do desenvolvimento cognitivo e emocional das crianças. Cada parte contribui de forma distinta, mas complementar, e quando há parceria entre escola e família, os resultados são significativos e extremamente positivos para elas.

Quer saber mais sobre a educação das crianças? Acesse o blog Novos Alunos!


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