Para Gostar de Ler: era uma vez um filme sobre livros e infância
O que é um livro? Para que ele serve? Para as crianças, responder a essas perguntas é tarefa simples. “Lendo, você fica pensando tipo muitas coisas, sem parar. Sua imaginação não para, muitas coisas ficam saindo da sua cabeça”, diz a pequena Luisa, de sete anos, no documentário “Para Gostar de Ler”, lançado nesta segunda-feira em São Paulo e já disponível no YouTube. Um material rico em argumentos sobre o valor dos livros para o desenvolvimento da criança, que pode ser um reforço positivo nas escolas e também na família sobre a importância de considerar a formação leitora desde a primeira infância uma prioridade na educação infantil.
Produzido pelo Itaú, no guarda-chuva de suas ações de incentivo à leitura do projeto “Leia para uma criança”, lançada em 2015, o filme tem direção de Eduardo Rajabally, e retrata a relação de cinco famílias com o incentivo à leitura em casa, compartilham o impacto das histórias na formação das criança.
São cotidianos de diferentes classes sociais e oportunidades de acesso. Dentre elas, está Teliciane, do Rio Grande Sul, que parou de estudar aos dez ano e aos 13 descobriu a leitura quando começou a ler para o filho da patroa.
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O filme conta com depoimentos de algumas das maiores referências quando o assunto é o livro para a infância, como a escritora e ilustradora Eva Furnari: “O ‘era uma vez’ funciona como uma palavra-chave que serve para entrar em um universo diferente do cotidiano”, defende. Eva explica também como as histórias de ficção atuam no sentido de construir os arquétipos e as referências da crianças, como por exemplo a própria imagem da mãe ou do pai.
“Os contos de fadas organizam a psique. Os livros podem apontas caminhos, oferecer soluções, resolver conflitos e de certa maneira ajudam a criança a elaborar um conteúdo, por isso é comum uma criança querer ler um livro trinta vezes. Aquilo organiza ela por dentro”, explica.
Outra autoridade no assunto que contribui no documentário é o autor Ilan Brenman. “Quando falamos ‘vou contar uma história’, as pessoas se juntam e ganham vínculos afetivos, isso fortalece o grupo”, diz.
Jão Figueiró, neurocientista e psicoterapeuta do Instituto Zero a Seis, defende a leitura como mola propulsora das memórias de infância.
“Dentro de nós, habita uma criança. A criança que foi construída nos primeiros anos de vida. Nós costumamos dizer que a primeira infância é a que fica, e ela fica para a vida toda”.
Já a educadora e neuropsicóloga Adriana Fóz explica a relação das histórias ouvidas na infância com o desenvolvimento da memória auditiva dos pequenos.
“Hoje, com os estudos da neurociência, sabemos que os estímulos à leitura começam até antes de o bebê nascer. A região temporal auditiva começa a ser estimulada antes do nascimento e continua a ser estimulada até os dezoito anos. Podemos entender a leitura como ler imagens, ler situações, e também ler palavras, textos e contextos.
Assista ao documentário na íntegra:
https://www.youtube.com/watch?v=lR-q-bFNeYM
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