Faculdade de Direito da USP aprova cotas raciais no vestibular

A São Francisco, Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), aprovou na última quinta-feira, dia 30, o sistema de cotas raciais em seu vestibular.

De acordo com a medida, agora 20% das vagas serão destinadas a negros, pardos e indígenas, e 10% para alunos de escolas públicas, ambos aprovados pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Os 70% das restantes virão da Fuvest.

Faculdade de Direito da USP aprova sistema de cotas
Faculdade de Direito da USP aprova sistema de cotas

A informação foi divulgada pela página no Facebook do Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os estudantes da instituição. “É fundamental ressaltar que esta conquista é resultado de anos de luta do movimento estudantil e do movimento negro por maior democratização ao acesso à universidade, especialmente às populações historicamente marginalizadas”, diz no comunicado divulgado.

A inclusão de cotas sociais e raciais no Plano Político Pedagógico (PPP) foi possível graças à pressão dos estudantes. “A luta em defesa da universidade verdadeiramente pública, democrática, gratuita e de qualidade permanece. A vitória de hoje é um marco para a São Francisco, para o Direito e para a população brasileira”, celebra o centro acadêmico.

Segundo a assessoria de imprensa da Faculdade de Direito, a deliberação é válida para o ano de 2018. Confira a resposta na íntegra:

“A Egrégia Congregação da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, em sessão de 30 de março de 2017, deliberou, por maioria, alterar de 20% para 30% o número de vagas e modalidades para ingresso pelo Sisu-2018, sendo que 10% das vagas reservadas para alunos de (EP) Escola Pública e 20% reservadas para (PPI) Auto Declarados Pretos, Pardos e Indígenas.

Esta deliberação é válida para o próximo ano (2018) e analisada anualmente pelo referido órgão, portanto a distribuição não é permanente, podendo sofrer alterações em 2019 e nos anos seguintes. Para este ano (2017) a distribuição de vagas foi de 20% para alunos de (EP) Escola Pública.”

A decisão também foi comemorada nas redes sociais por integrantes dos movimentos que lutam pelas cotas:

Uma pesquisa Datafolha divulgada no fim de 2016 ilustra muito bem a importância de mais inclusão dentro da USP. Segundo dados da Folha de S.Paulo, entre ingressantes no vestibular de 2017, 14% dos calouros se declararam pardos e 4% pretos.

Além disso, a pesquisa mostrou o predomínio da classe A nos cursos mais concorridos da universidade, incluindo Direito, com 53%.