Livro ‘O que você sabe sobre a África?’ é distribuído nas escolas
A rede municipal de Educação de São Paulo acaba de receber 50 mil exemplares do livro “O que você sabe sobre a África?”. A ação integra o plano de ações que visa garantir a aplicação da lei 10.639, que prevê a obrigatoriedade das temáticas ético-raciais no currículo das escolas de ensino fundamental e médio, e é fruto de uma parceira entre a Secretaria Municipal de Educação (SME) e a Secretaria Municipal de Promoção da Igualdade Racial (SMPIR).
De caráter paradidático e pensado para munir professores e educadores de estratégias de abordagem do tema, o livro sintetiza, em cerca de 100 páginas, uma obra feita pela Unesco durante 35 anos. O trabalho, intitulado “História Geral da África”, foi desenvolvido por 350 especialistas na História do continente africano, consolidada em oito volumes. Quem tiver interesse em se aprofundar na obra, pode conhecer mais aqui.
Como estimular que a infância esteja conectada com sua cultura e suas raízes?
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Para Ana Cristina Juvenal Cruz, professora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e membro do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e do Grupo de Estudos sobre a Criança, a Infância e a Educação Infantil, a temática das relações étnico-raciais deve ser construída organicamente na escola. “Não basta deixar que o tema apareça apenas em datas comemorativas, festas e eventos em que as comidas das cozinhas africana e afro-brasileira são interessantes, mas não podem ser a centralidade da prática pedagógica”
Para ela, a preocupação com a inserção do tema nas práticas escolares deve estar presente em todo o planjemento do ano letivo, e o modo de apresentar a temática da cultura africana para a criança é fundamental para definir como ela irá se relacionar com a representatividade.
“Quando lemos histórias para as crianças quantas delas têm personagens negros?”
“As políticas voltadas à elaboração de materiais didáticos específicos e o desenvolvimento de cursos de formação voltados ao tema são muito positivos e devem ser estimulados”, explica a professora, concluindo que é essencial os professores manifestarem e defendem o seu interesse pelo tema nas reuniões pedagógicas da escola.
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