Metade dos pais diz participar da educação dos filhos
Estudo revela que existe uma nova paternidade se consolidando entre pais da geração Millenial e X
Historicamente as mães são responsáveis pela educação. Mas esse cenário está mudando, mesmo que lentamente. É o que aponta uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira, 25, que revela que existe uma nova paternidade se consolidando entre pais da geração Millenial e X.
Segundo levantamento, 90% dos pais brasileiros entrevistados concorda que a responsabilidade pelos cuidados diários, assim como pela educação dos filhos, deve ser igualmente dividida entre os pais e mães. No entanto, somente 50% dos pais afirmam participar diretamente do aprendizado dos filhos.
Os dados fazem parte do levantamento inédito “Retrato da Paternidade no Brasil”, encomendado pelo Boticário. O estudo quantitativo realizado pela Grimpa, Consultoria de Pesquisa de Mercado e Consumer Insights, ouviu mil pais de 25 a 55 anos, das classes ABC, de todas as regiões do Brasil e com filhos de 5 a 15 anos.
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Além da participação nas atividades diárias e educação, a pesquisa faz ainda uma análise comportamental de pais brasileiros, como a forma como eles se relacionam com seus filhos; como abordam sobre as questões associadas a gênero e transmissão de princípios.
Machismo
Os dados da pesquisa apontam que os pais entrevistados afirmam ter reduzido a fala rotineira de frases consideradas machistas após a chegada dos filhos –a expressão “seja homem” teve uma redução de 50%, enquanto “menino não chora” registrou queda de 36%– indicando uma mudança no comportamento após a paternidade.
A revisão de atitudes também pode ser percebida em outro dado: 56% dos entrevistados afirmam que consideram muito importante ser um exemplo positivo para os filhos.
Entre os entrevistados, um número expressivo também já demonstra maior preocupação e responsabilidade em abrir diálogo sobre o tema: 69% relatam que explicam aos filhos que as diferenças sociais entre homens e mulheres existem e que temos que ser cuidadosos para minimizá-las.
“Quando mapeamos as oportunidades de conversa com os pais entendemos que existem novos dilemas sobre a paternidade, sobre como criar os filhos de uma forma mais afetiva e, dessa forma, promover transformações importantes nos indivíduos e na sociedade”, diz Marcela de Masi Nogueira, diretora de Comunicação e Branding do Boticário.
Mais afeto e amor entre pais e filhos
Além de traçar os perfis dos pais brasileiros, a pesquisa mapeou desafios e caminhos para a consolidação de uma nova paternidade – mais participativa e afetiva, que de acordo com os dados obtidos, aponta para a construção de um legado por meio do exemplo, da educação e relação de afeto e amor entre pai e filho.
Entre os indicadores levantados pela pesquisa, está a menção do pai como figura masculina mais importante e, para 62% destes, a escolha é motivada pela transmissão de ensinamentos essenciais para a vida. Além disso, para mais da metade dos pais ouvidos, 57%, a educação recebida deve ser passada da mesma forma aos filhos, uma vez que não se transforma com o passar do tempo.
Quando o tema é conexão e afeto, 62% dos pais entrevistados alegam que, sempre que possível, têm o hábito de beijar, abraçar e fazer carinho nos filhos; 59% diz conversar sobre escolhas e consequências de ações; e 57% declara que tem como hábito dizer frases amorosas e encorajadoras.
Os dados indicam maior participação e envolvimento emocional relacionado ao paternar, mas um quarto dos pais, 25%, ainda têm dificuldade de falar sobre a educação dos filhos com outras pessoas, seja porque não sente necessidade (68%), seja por não se sentirem à vontade (32%).
“No mundo onde os desafios acerca da educação são muitos, é necessário trazer o pai para o centro dessa discussão. O estudo mostra uma preocupação genuína dos novos pais em deixar um legado positivo e consciência que a própria paternidade tem o poder transformador”, comenta Marisa Camargo, diretora de Pesquisa da Grimpa.