Ministro da Educação defende universidade ‘para poucos’

Para Milton Ribeiro, cursos superiores não tem muita utilidade à sociedade

No programa “Sem Censura” exibido pela TV Brasil na noite da última segunda-feira, 9, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, defendeu que a universidade deveria “ser para poucos” para ser “útil à sociedade”. Ele afirmou que os institutos federais precisam formar técnicos.

“Tenho muito engenheiro ou advogado dirigindo Uber porque não consegue colocação devida. Se fosse um técnico de informática, conseguiria emprego, tem uma demanda muito grande”, disse o ministro sem considerar os efeitos da crise econômica e do desemprego no Brasil.

O ministro da Educação Milton Ribeiro, participa do programa Sem Censura, na TV Brasil
Créditos: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O ministro da Educação Milton Ribeiro, participa do programa Sem Censura, na TV Brasil

O programa propôs debater ações para estimular o retorno das aulas presenciais e pontos sobre o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) –este último que, pelo segundo ano consecutivo, amarga pouca adesão de estudantes.

O ministro também falou de temas como a política de cotas.

“Pelo menos nas federais, 50% das vagas são direcionadas para cotas. Mas os outros 50% são de alunos preparados, que não trabalham durante o dia e podem fazer cursinho. Considero justo, porque são os pais dos ‘filhinhos de papai’ que pagam impostos e sustentam a universidade pública. Não podem ser penalizados.”

Apesar de os “papais dos filhinhos” pagarem tributos, o ministro esqueceu-se que todos nós somos contribuintes. Proporcionalmente, inclusive, os pobres pagam mais impostos no Brasil e têm menos retorno do Estado (segurança, saneamento básico, educação, entre outros). Isso se verifica na menor incidência de IRPF a maiores fortunas.

Abaixo, assista ao programa “Sem Censura” com o ministro da Educação:

Mais um tapa na cara de quem achou que esse poço tinha fundo.