Publicação desmistifica Paulo Freire e seus métodos educacionais
“Os 7 Mitos sobre Paulo Freire”, lançada pelo Instituto Cultiva, refuta distorções e equívocos sobre o educador brasileiro
Quando se trata de Paulo Freire — advogado, professor, educador e ex-secretário de Educação de São Paulo —, há uma grande quantidade de mal-entendidos e erros sobre o que ele realmente defendia. Foi com o propósito de corrigir essas distorções que o Instituto Cultiva criou a publicação digital “Os 7 Mitos sobre Paulo Freire”.
Abaixo, conheça a lista com os mitos abordados na série do Instituto Cultiva:
1. Paulo Freire não educa, mas doutrina. (MITO)
Freire sempre defendeu que o aluno tivesse condições de pensar por si próprio e questionar a realidade. (VERDADE)
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2. O Brasil adotou o método freireano. (MITO)
Sua metodologia nunca foi aplicada em âmbito nacional, mas apenas em escolas específicas. (VERDADE)
3. Seu método foi responsável pelo aumento do analfabetismo.(MITO)
Os problemas educacionais no Brasil vêm de outros fatores, como a desigualdade social e a falta de investimentos em educação. (VERDADE)
4. Paulo Freire nunca lecionou. (MITO)
Paulo Freire foi professor de português no Recife e ocupou diversas funções na educação, desde o Sesi até universidades como Harvard e a Unicamp. (VERDADE)
5. O método de Paulo Freire é um fracasso.
O método de Paulo Freire é referência na Finlândia, que frequentemente lidera rankings internacionais de educação. (VERDADE)
6. Com Paulo Freire o professor perdeu autoridade.
Freire nunca defendeu uma educação sem autoridade, desde que o professor a exercesse de forma democrática. (VERDADE)
7. Quem segue Paulo Freire é comunista.
Paulo Freire não só se distanciava da doutrina leninista, como também criticava os revolucionários que não dialogavam com a base social. (VERDADE)
Paulo Freire
A vida e a obra de Paulo Reglus Neves Freire foram marcadas por sua clara opção a favor dos oprimidos. Nascido em uma região pobre do país – Recife, Pernambuco, em 1921 – ele pôde, desde cedo, observar as dificuldades de sobrevivência das classes desfavorecidas. Talvez daí tenha vindo a sua indignação contra as injustiças e seu grande desejo: a transformação da sociedade que, segundo ele, devia ser menos autoritária, discriminatória e desigual.
A sua prática na educação, ou sua práxis educativa, como ele preferia chamar, foi sempre coerente com o seu sonho de democracia, desde os tempos de professor de escola, até aqueles em que passou a criador de ideias e “métodos”, os quais assistiu serem reconhecidos e divulgados pelo mundo.
De acordo com a Google Scholar – ferramenta de pesquisa para literatura acadêmica –, o educador, pedagogo e filósofo brasileiro, Paulo Freire, é o terceiro pensador mais citado do mundo em trabalhos acadêmicos de universidades de humanas.
A pesquisa, realizada pelo professor Elliot Green, indica que o brasileiro foi mencionado 72.359 vezes. O filósofo Thomas Kuhn está em primeiro lugar, com 81.311 citações, e logo em seguida o sociólogo Everett Rogers, com 72.780.
A obra de Freire, “Pedagogia do Oprimido”, está entre os 100 livros mais solicitados em universidades de língua inglesa pelo mundo, sendo a única brasileira a entrar na lista. O livro discute a contradição entre opressores e oprimidos e de como é necessário criar uma ação para solucionar essa oposição.
O teórico da educação, portanto, não é referência só no Brasil. É reconhecido internacionalmente e já foi homenageado com ao menos 35 títulos de Doutor Honoris Causa por diversas universidades, além de ter recebido prêmios como, por exemplo, o Educação pela Paz da Unesco.
Paulo Freire morreu no dia 2 de maio de 1997, aos 75 anos, em São Paulo.