O título acima parece contraditório, não é mesmo? Afinal, por que não pontuar a qualidade do intelecto dos pequenos? A chave para entender o que ele quer dizer é atentar para a diferença entre inteligência como característica inata e inteligência cotidiana, aquela que ativamos para lidar com as questões do dia a dia.

Segundo o artigo “The Secret to Raising Smart Kids” (“O Segredo para Criar Crianças Inteligentes”), publicado na revista americana Scientifc American, mais importante do que destacar a inteligência como uma qualidade fixa e inerente ao ser humano, é valorizar a perspicácia para resolver situações, a estratégia adotada, a resposta a determinadas questões, ou seja: o verdadeiro valor está no processo, em como os pequenos fazem as coisas.

O artigo sugere que devemos elogiar as crianças por sua persistência ou estratégias, e não por sua inteligência.

O Radar da Primeira Infância repercutiu o tema do artigo, propondo uma reflexão sobre como a ênfase exagerada que muitos pais ou professores podem dar à inteligência das crianças pode acabar acarretando desmotivação para aprender coisas novas, repensar comportamentos ou mesmo a diminuição da autocrítica.

“Muitas pessoas acham que uma inteligência superior ou habilidade é a chave para o sucesso. Mais de três décadas de pesquisa mostram, no entanto, que uma ênfase exagerada na inteligência ou talento e a implicação de que tais características são inatas e fixas deixam as pessoas vulneráveis ao fracasso, com medo de desafios e desmotivados para aprender.”

A conclusão sugerida pelo artigo é de que ensinar os pequenos a ter uma “atitude mental de crescimento”, que incentiva o interesse o desenvolvimento pessoal constante e não apenas o reconhecimento de um talento “natural” pode ser um bom caminho para incentivar o desenvolvimento de indivíduos mais conscientes de suas limitações e focados em tudo aquilo que podem aprender no caminho até onde querem chegar. Leia o texto completo aqui.