Unesco alerta para responsabilidade compartilhada na educação
Educação compartilhada. Eis um termo que deve estar sempre no radar quando falamos de preparar uma criança para o futuro. Mas afinal, o que ele significa? Quais atores devem estar envolvidos no processo?
Pensando em ampliar o olhar sobre essa questão, a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) lança o Relatório de Monitoramento Global da Educação de 2017/2018 (GEM Report, sigla em inglês para Global Education Monitoring), que foi lançado em evento especial em Brasília no último 24 de outubro.
O documento defende que o aprendizado integral dos alunos só pode acontecer se for estabelecido um pacto de responsabilidade compartilhada entre todos os membros da sociedade: pais, professores, políticos, estudantes, imprensa e sociedade civil. O objetivo é evitar a culpabilização que recai principalmente sobre os educadores, que na realidade também estão sujeitos à lógica do sistema educacional.
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Outro ponto importante que o Relatório ressalta é o efeito negativo do modelo de prestação de contas sobre problemas educacionais, que acaba recaindo sobre dos atores desse pacto.
Segundo informações do Porvir, “a Unesco exemplifica que a escola é a responsável final da cadeia a oferecer ambientes de aprendizagem construtivos, mas, para dar conta dessa função, depende de recursos dos governos, de professores que cumpram as normas, e do comportamento adequado dos alunos”.
A forma como são aplicados os testes para medir a qualidade da aprendizagem, por exemplo, não são efetivos e muitas vezes induzem o professor a dar mais atenção a estudantes mais propensos a apresentar resultados melhores.
“Testes de alta relevância podem levar os professores a ensinar somente aqueles que são capazes de obter melhores resultados”. (Fonte: Unesco).
Além de citar a luta dos movimentos estudantis pelo acesso à educação e a importância da imprensa para a trazer à luz casos de corrupção, o texto reconhece que tudo começa a partir da postura adotada pelos governos, que devem estabelecer leis que elevem a educação a um direito.
O Relatório também investigará a responsabilização na educação, ao analisar como todas as partes interessadas relevantes podem oferecer educação de forma mais eficaz, eficiente e equitativa. Ele examina, ainda, diferentes mecanismos de prestação de contas que são utilizados para atribuir responsabilidades a governos, escolas, professores, pais, estudantes, sociedade civil, comunidade internacional e setor privado, em busca de garantia de uma educação inclusiva, equitativa e de qualidade. Ao analisar quais políticas favorecem ou não o bom funcionamento dos mecanismos de responsabilização e quais fatores externos influenciam seu sucesso, o Relatório GEM 2017/18 apresentará conclusões com recomendações concretas que ajudarão a construir sistemas educacionais mais fortes. (Fonte: Unesco)
Como forma de otimizar a forma como o aprendizado é percebido em diferentes âmbitos – legal, social, político, entre outros -, a Unesco exemplifica alguns caminhos possíveis:
1. Estruturar a responsabilização para escolas e professores de forma solidária e que evite mecanismos punitivos, especialmente aqueles com base em medidas limitadas de desempenho;
2. Permitir a participação democrática, respeitar a liberdade de imprensa para investigar criticamente a educação e criar instituições independentes para lidar com reivindicações;
3. Desenvolver regulamentações confiáveis e efetivas com sanções relativas a todos os provedores de educação, públicos e privados, que assegurem a não discriminação e a qualidade da educação;
4. Fazer com que o direito à educação tenha efeitos jurídicos, o que não é o caso em 45% dos países.
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*Com informações de Porvir.org
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