5 pontos levantados no filme ‘M8 – Quando a morte socorre a vida’ que não são ficção
Protagonizado por Juan Paiva e Mariana Nunes, mãe e filho na trama, o filme aborda questões importantes sobre etnia e uma sociedade racista
Por mais que já tenha passado em alguns festivais de cinema, e inclusive nas telonas brasileiras, o filme “M8 – Quando a morte socorre a vida” chegou na Netflix no dia 25 de fevereiro e tem dado o que falar pelas redes sociais.
Resumo
O filme é baseado no livro homônimo de Salomão Polakiewicz e conta a a história de Maurício (Juan Paiva), um jovem preto da periferia do Rio de Janeiro que ingressa na faculdade de medicina através das cotas.
- AVC: saiba como prevenir e identificar os sinais de alerta
- Senai oferta mais de 5 mil vagas em cursos gratuitos
- Como a vitamina D pode impactar a depressão e a ansiedade
- Experiências radicais: esses 5 destinos são imperdíveis para quem busca aventuras pouco convencionais
Na trama, o garoto é filho de Cida (Mariana Nunes), uma mãe solo, técnica em enfermagem, que faz de um tudo para que ele tenha uma vida bem-sucedida, mesmo com todos os obstáculos que a vida lhe trouxe.
Maurício começará a ter sonhos e alucinações com o cadáver M8, que não tem identificação e fica disponível para estudo na aula de anatomia. Com ajuda de alguns amigos, ele tentará descobrir a origem daquele corpo que não fala, mas diz muita coisa.
Elenco
Juan Paiva, que faz o protagonista do filme, já participou das novelas “Totalmente demais” e “Malhação”. Mariana Nunes, que faz a mãe, esteve nas séries “Carcereiros” e “Segunda chamada”. Além desses, o elenco conta com outros atores e atrizes de peso como Zezé Motta, Lázaro Ramos, Ailton Graça, Léa Garcia, Rocco Pitanga, Raphael Logam e Tatiana Tibúrcio.
O filme apesar de ser ficcional, retrata a realidade de muitos jovens pretos no país, principalmente envolvendo o racismo e suas perversidades. A seguir, 5 pontos que foram levantados pelo longa, mas que não são apenas ficção.
Faculdade de Medicina e Cotas
Maurício consegue ingressar na Universidade do Rio de Janeiro através das cotas em um dos cursos mais concorridos e prestigiados no Brasil: Medicina. Por ser um jovem negro, ele tem dificuldade para se encontrar no novo espaço, que está dominado por pessoas brancas e ricas. Para piorar a situação, ele tem que lidar com o racismo diário, na maioria das vezes, praticado por apenas olhares.
Genocídio da população preta
A história do filme leva o nome de “M8” não é atoa, já que o cadáver em que Maurício tem um conexão espiritual é identificado pela faculdade por essa sequência de letra e número. Incomodado em ver em sua grande parte corpos pretos nas mesas de estudo, Maurício corre atrás de saber o que aconteceu para que tantos corpos pretos chegassem até local. Em uma de suas saídas pelas ruas, se depara com um grupo de mães que perderam seus filhos, negros. A partir deste gatilho, Maurício não só questiona sobre os corpos mortos, mas também o seu próprio corpo, estando em um ambiente que o oprime.
Relação interracial e o racismo
O longa ainda mostra a relação entre Maurício e Suzana (Giulia Gayoso), uma menina branca rica que também estuda com ele na faculdade de medicina. Aparentemente descontruída e não-racista, um dia ela resolve levá-lo para estudarem na casa dela. Ao chegar no lugar, Maurício descobre que a mãe de Suzana é uma racista de carteirinha e que mesmo tentando ao máximo não explanar seu descontentamento na frente dele, explode com a filha por estar se relacionando com um jovem negro da periferia.
Religiosidade e ancestralidade
Cida, a mãe de Maurício, é uma frequentadora assídua de um terreiro de religião de matriz africana. Aparentemente, ele cresceu com esta cultura em sua casa, mas ultimamente andava sumido do espaço, podendo até ser considerado um não praticante da religião – pode-se até traçar um paralelo que acontece bastante em igreja evangélicas, quando o convertido, passa a ser desconvertido. O estudante de medicina, que no momento se sente perdido, decide aceitar o convite da mãe de ir ao terreiro e por lá consegue respostas que ajudariam na sua jornada de descobrimento.
Violência policial contra a população preta
Durante o filme, uma cena forte é mostrada assim que Maurício está indo embora para sua casa depois de uma festa de aniversário de um dos amigos da faculdade. Ao ir em direção de um ponto de ônibus, ele é abordado por dois policiais, um branco e um negro, que sem questionar, o repreendem brutalmente por simplesmente ser negro e estar caminhando em um bairro da elite carioca.
Assista ao trailer