Apresentadora agredida pelo ex gasta mais de R$ 20 mil para restaurar a face

Mesmo com pedido de prisão preventiva, o empresário Ricardo Hilgenstieler pagou fiança e foi liberado

25/06/2021 12:59

Silvye Alves apresentadora do “Cidade Alerta”, da Record de Goiânia, agredida pelo ex-namorado Ricardo Hilgenstieler, R$ 20,5 mil para operar o rosto. Ela publicou em um Stories do Instagram o relatório médico e a nota fiscal do tratamento.

Irmão publica vídeo de apresentadora da Record machucada após agressão de ex
Irmão publica vídeo de apresentadora da Record machucada após agressão de ex - Reprodução/Instagram @silvyealves e Reprodução/Twitter @OliveiraFabia_

“Paciente admitida com lesão cortocontundente em filtro labial com cerca de quatro centímetros vertical e horizontal em forma de ‘H’. Lesão com profundidade total associado a edema e eritema”, diz o relatório médico.

Ela publicou em um Stories do Instagram o relatório médico e a nota fiscal do tratamento
Ela publicou em um Stories do Instagram o relatório médico e a nota fiscal do tratamento - Reprodução/Instagram

Logo depois da agressão, a jornalista foi até a Delegacia da Mulher para realizar o registro de Boletim de Ocorrência contra Ricardo Hilgenstieler. Silvye foi encaminhada para um hospital da capital goiana para cuidar dos ferimentos.

O ex-namorado foi preso pela Polícia Militar de Goiás, mas solto logo após audiência de custódia e o pagamento de R$ 11 mil de fiança.

Após agredi-la, ex-namorado de apresentadora da Record é solto
Após agredi-la, ex-namorado de apresentadora da Record é solto - Reprodução/Instagram @ricardohilgenstieler

Defensora dos direitos das mulheres, Silvye é considerada um dos principais nomes do jornalismo em Goiás e atualmente está a frente da apresentação da edição local do ‘Cidade Alerta’ por cinco anos. A apresentadora vai ficar longe de trabalho por tempo indeterminado.

Michel Alves, irmão da apresentadora, publicou um vídeo em seu Instagram que mostra a apresentadora da Record Goiânia momentos depois da agressão.

Mas como denunciar violência doméstica?

Os casos de violência doméstica que viram processos no Poder Judiciário começam em diferentes canais do sistema de justiça, como delegacias de polícia (comuns e voltadas à defesa da mulher), disque-denúncia, promotorias e defensorias públicas.

Disque 180

O Disque-Denúncia foi criado pela Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM). A denúncia é anônima e gratuita, disponível 24 horas, em todo o país. Os casos recebidos pela central são encaminhados ao Ministério Público.

Disque 100

O serviço pode ser considerado como “pronto socorro” dos direitos humanos pois atende também graves situações de violações que acabaram de ocorrer ou que ainda estão em curso, acionando os órgãos competentes, possibilitando o flagrante. O Disque 100 funciona diariamente, 24 horas por dia, incluindo sábados, domingos e feriados.

As ligações podem ser feitas de todo o Brasil por meio de discagem gratuita, de qualquer terminal telefônico fixo ou móvel (celular), bastando discar 100.

Polícia Militar (190)

A vítima ou a testemunha pode procurar uma delegacia comum, onde deve ter prioridade no atendimento ou mesmo pedir ajuda por meio do telefone 190. Nesse caso, vai uma viatura da Polícia Militar até o local. Havendo flagrante da ameaça ou agressão, o homem é levado à delegacia, registra-se a ocorrência, ouve-se a vítima e as testemunhas. Na audiência de custódia, o juiz decide se ele ficará preso ou será posto em liberdade.

Delegacia da Mulher

Um levantamento feito pelo portal Gênero e Número, mostra que existem apenas 21 delegacias especializadas no atendimento às mulheres com funcionamento 24 horas em todo o país. Dessas, só São Paulo e Rio de Janeiro possuem delegacias fora das capitais.