Ator de Verdades Secretas lamenta ataques por cenas de sexo gay
"Desde o primeiro dia de preparação, nossa conexão e entrega para viver essa história foi livre de qualquer julgamento e preconceito", afirmou João Vitor
O ator João Vitor Silva, que interpreta Bruno em Verdades Secretas, sofreu ataques por suas cenas de sexo gay no seriado do Globoplay e lamentou avaliação de que ele teria tido tido problemas para gravar as cenas.
Em entrevista a colunista do jornal O Globo, Patrícia Kogut, o ator de Verdades Secretas deixou claro que tais afirmações não passam de boas e que ele ficou triste com a situação.
“Surgiram boatos de que eu teria tido dificuldade em fazer as cenas com o Pandolfo, por exemplo. Isso nunca aconteceu. Desde o primeiro dia de preparação, nossa conexão e entrega para viver essa história foi livre de qualquer julgamento e preconceito. Basta assistir às cenas para enxergar isso. Fiquei triste com esses ataques porque, além de estarem baseados numa informação completamente equivocada, propagar isso é um desserviço à causa. Acaba reforçando ideias estigmatizadas e preconceituosas que uma parcela da sociedade insiste em manter em relação à comunidade LGBTQIAP+”, afirmou João Vitor à colunista.
- Ator teve que fazer 50 cenas de sexo em 95 dias de gravação
- ‘Sex/Life’: produtora revela se ator usou prótese em cena viral da série
- Marco Pigossi relata o medo de um ‘galã da Globo’ se assumir gay
- Na CPI, Senador gay coloca homofóbico em seu devido lugar: O chão
Como homem não gay, o ator afirmou: “Me sinto extremamente honrado por interpretar um homem gay numa novela que aborda tantas questões da sociedade. Exatamente por entender qual é o meu lugar de fala neste contexto, o mínimo que posso fazer é seguir com a minha postura anti-homofobia”.
O personagem de João Vitor em Verdades Secretas, também tem problemas com o uso de drogas, Bruno é dependente químico. Na entrevista, o ator contou como foi encenar esse tipo de situação.
“Todas as cenas envolvendo drogas foram, sem dúvida, as mais difíceis para mim. Eu tenho dependente químico na família. Lidei bastante com o assunto, frequentei grupos de apoio às famílias e, por conta disso, sempre estive muito inserido no assunto. Isso me ajudou bastante, mas, ao mesmo tempo, mexeu em memórias difíceis de serem acessadas. Saía sempre muito mexido das gravações e contei muito com a ajuda do meu terapeuta. Hoje, com o fim das gravações, agradeço profundamente ao universo que me proporcionou viver na dramaturgia o outro lado daquilo que passei em casa. Foi um choque no começo, mas o que fica de aprendizagem é a empatia por essas figuras todas que sofrem com essa doença horrorosa e meu amor por eles”, contou João Vitor.