BBB20: Vice-presidente da Mangueira chama Thelma de ‘mucama safada’

O perfil da médica no Instagram se manifestou sobre os ataques racistas e afirmou que toma medidas legais contra as ofensas

14/04/2020 20:33

A vice-presidente da escola de samba Mangueira, Guanayara Firmino, chamou a participante do Big Brother Brasil 20 (BBB20) Thelma, de “mucama safada”, em um post no Facebook do compositor da agremiação, Rodrigo Pinho.

BBB20: Vice-presidente da Mangueira chama Thelma de ‘mucama safada’
BBB20: Vice-presidente da Mangueira chama Thelma de ‘mucama safada’ - Reprodução/TVGlobo

A coluna Fábia Oliveira, do portal O Dia, divulgou prints do comentário que gerou revolta contra a sambista.

BBB20: Vice-presidente da Mangueira chama Thelma de ‘mucama safada’
BBB20: Vice-presidente da Mangueira chama Thelma de ‘mucama safada’ - Reprodução/Facebook

 

BBB20: Vice-presidente da Mangueira chama Thelma de ‘mucama safada’Com as criticas que recebeu pelo comentário racista, a vice-presidente da Mangueira não se desculpou e criticou a repercussão das suas declarações. “Alô, você! O que escrevo no meu face escrevo em meu nome. Não escrevo como vice-presidente da Mangueira. Falta de assunto é fogo, viu?“, desdenhou a sambista em post no Facebook.

BBB20: Vice-presidente da Mangueira chama Thelma de ‘mucama safada’
BBB20: Vice-presidente da Mangueira chama Thelma de ‘mucama safada’ - Reprodução/Facebook

Firmino também se manifestou por meio de nota enviada ao jornal ‘Extra’. “A postagem feita, no calor da emoção após a votação, retrata minha indignação pelo preconceito estrutural do País que faz com que alguém tenha o apelido de ‘Babu’, de babuíno, porque quando criança era chamado assim, e que faz com que os negros não se protejam e se cuidem quando são alvejados por atitudes preconceituosas como tem acontecido no programa. Quero deixar bem claro que a minha postura veio da indignação que sinto contra preconceitos de qualquer natureza e que a minha postagem foi assinada em meu perl pessoal, inclusive fechada para meus amigos, não representando qualquer opinião/posicionamento da Estação Primeira de Mangueira ou como membro da diretoria da escola“, disse a vice-presidente da escola de samba.

A Mangueira se posicionou, através de sua assessoria de imprensa. “A Mangueira foi e sempre será contra toda e qualquer forma de racismo”, destacou a escola. Já a equipe de Thelma lamentou: “Ela deveria se envergonhar de ter falado isso, e não com a repercussão. A pessoa à frente de uma escola grande, que aborda temas essenciais fala uma coisas dessas e diz que a página é dela, e ela fala o que quer. Internet não é terra sem lei, e eu espero que ela saiba disso“.

O perfil de Thelma no Twitter se posicionou. “Ela deveria se envergonhar de ter falado e não com a repercussão. A pessoa a frente de uma escola grande, que aborda temas essenciais. Vem, fala um trem desses e diz que a página é dela e ela fala o que quer. Internet não é terra sem lei e eu espero que ela saiba disso”, afirmou em resposta ao post do colunista Hugo Gloss.

“Sou mangueirense de coração e estou completamente arrasada com isso. Do que adianta pintar Jesus Cristo de negro na avenida quando alguém da diretoria se presta a esse papel? Vergonha, Mangueira“, lamentou uma internauta no Twitter.

O perfil da médica no Instagram se manifestou sobre os ataques racistas e afirmou que toma medidas legais contra as ofensas

Declarações racistas, infelizmente, ainda são comuns no Brasil, mas também é crime e pode levar a pessoa racista para a cadeia. Se você for vítima de um ataque, verbal, físico, psicológico, ou de qualquer forma, não se cale. Denuncie!

Como denunciar racismo

Racismo é crime previsto pela Lei 7.716/89 e deve sempre ser denunciado, mas muitas vezes não sabemos o que fazer diante de uma situação como essa, nem como denunciar, e o caso acaba passando batido.

Para começar, é preciso entender que a legislação define como crime a discriminação pela raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, prevendo punição de 1 a 5 anos de prisão e multa aos infratores.

A denúncia pode ser feita tanto pela internet, quanto em delegacias comuns e nas que prestam serviços direcionados a crimes raciais, como as Delegacias de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), que funcionam em São Paulo e no Rio de Janeiro.

No Brasil, há uma diferença quando o racismo é direcionado a uma pessoa e quando é contra um grupo. Confira aqui a diferença e saiba quando se deve denunciar uma atitude racista.

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