Celebridade do Instagram decide revelar a verdade por trás do sucesso das blogueiras com milhares de seguidores

Observar as pessoas através das redes sociais nos faz pensar que elas são felizes o tempo todo, fazem coisas interessantíssimas todos os dias, sempre estão nos lugares/paisagens/restaurantes/baladas mais legais do mundo e cercados por amigos incríveis. Mas claro que a vida real não é exatamente assim para todo mundo e é justamente isso que uma blogueira australiana chamada Essena O’Neill decidiu revelar.

Aos 18 anos, Essena é uma celebridade do Instagram e coleciona 700 mil seguidores, além de mais de 260 mil inscritos em seu canal no Youtube. Considerada uma “digital influencer” – nome dado a pessoas que ajudam a construir mensagens de marcas e a estimular hábitos culturais e de consumo – Essena surpreendeu seus fãs ao excluir mais de 2 mil fotos de seu perfil e trocar a legenda de muitas das fotos que restaram. Agora, sua descrição na rede social é “Social Media Is Not Real Life” (Mídia Social Não É A Vida Real) e as fotos ganharam um alerta de “legenda real” onde ela conta a história verdadeira por trás de cada clique.

Nas novas legendas ela compartilha quanto ganhou para usar determinada roupa, as horas que precisou esperar para fazer a foto perfeita, as edições de imagem que lhe deram aparência perfeita escondendo espinhas e olheiras, e assim por diante.

Veja fotos da blogueira australiana:

Legenda verdadeira: Me pagaram por esta foto. Se você está olhando para as “Meninas do Instagram” e desejando ter a suas vidas… Perceba que você só vê o que elas querem. Se marcam uma empresa, 99 % as vezes elas estão pagando. Não há nada errado em apoiar marcas que você ama ( por exemplo, eu orgulhosamente promoveria marcas veganas em troca de dinheiro já que este tipo de negócio faz sentido para mim) . Mas isso aí (da foto) não faz nenhum sentido. Não há nenhum sentido em um sorriso forçado, roupas minúsculas e ser paga para ficar bonita. Somos uma geração feita para consumir e consumir, sem nenhuma ideia de onde tudo vem e para onde tudo vai.

“Eu estava com acne aqui, isso é um monte de maquiagem. Eu estava sorrindo porque pensei que ficava bonita. Felicidade baseada em estética vai sufocar o seu potencial aqui na Terra.”

Editado: “Por favor, dê like nesta foto, eu me maquiei, enrolei meu cabelo, vesti um vestido apertado, usei uma bijuteria desconfortável… Tirei 50 fotos até que tivesse uma que achei que você fosse gostar, então editei este selfie com toneladas de aplicativos apenas para que eu pudesse me sentir aprovada socialmente por você.

“Me pagaram 400 dólares para postar um vestido. Isso foi quando eu tinha uns 150 mil seguidores. Com meio milhão, eu sei de várias marcas online que pagam até 2 mil por post. Não há nada de errado em aceitar acordos de marcas. Eu só acho que isso deve ser aberto ao conhecimento. Esta foto não tem substância, [o vestido] não foi feito através de uma fabricação ética (eu não sabia na época). Mídias sociais não são reais. Este é o meu ponto. Esteja atento ao que as pessoas promovem, questione você mesmo, qual é a intenção atrás da foto?”

“Por favor, valide meus esforços para parecer sexy com minha bunda sendo o foco desta foto”. Eu gostaria que alguém tivesse me chacoalhado e me dito que aos 16 eu tinha muito mais do que minha sexualidade. Isso era tudo que eu pensava que os outros queriam, isso é o que gera likes e era isso que eu achava legal. Não há nada legal nisso. Esta é uma foto tirada para ganhar likes. Não há nada inspirador nisso. A mídia social é uma ilusão.

“Não é a vida real. O único motivo pelo qual fomos à praia nesta manhã foi tirar fotos destes biquínis porque a companhia me pagou e também porque eu ficava bonita considerando os padrões atuais da sociedade. Eu nasci e ganhei na loteria genética. Por que mais eu teria postado esta foto? Leia entre as linhas, ou pergunte a você mesmo ‘por que alguém posta uma foto?… Qual é o resultado para eles? Fazer a diferença? Parecer gostoso? Vender alguma coisa? Eu pensei que estava ajudando garotas a serem saudáveis. Mas eu só percebi aos 19 que colocar qualquer quantidade de autoestima em sua forma física é tão limitante! Eu poderia estar escrevendo, explorando, brincando, fazendo qualquer coisa bonita e real… e não tentando validar meu valor através de uma foto de biquíni sem substância.”