Drauzio Varella emociona web em matéria sobre mulheres trans presas

Na internet, o público se mobiliza para prestar solidariedade à Suzi e Lolla; Veja como participar também

02/03/2020 20:03

Drauzio Varella emocionou a web ao realizar uma reportagem no programa dominical ‘Fantástico’, da TV Globo, sobre mulheres transgêneras e travestis detentas em presídios masculinos.

Drauzio Varella emociona web em matéria sobre mulheres trans presas
Drauzio Varella emociona web em matéria sobre mulheres trans presas - Reprodução/TVGlobo

Durante as entrevistas veiculadas na matéria, Drauzio contou a história de Susy, que não recebe visitas no presídio há mais de sete anos. O médico em resposta falou sobre a solidão da mulher trans. SUZY ficou com os olhos marejados e recebeu um abraço caloroso de Drauzio.

A reportagem também conta a históra de Lolla, que conseguiu liberdade condicional e passou a morar o pai. Ela conta que em nossa sociedade não se sente à vontade para ser ela e expressar sua identidade de gênero como gostaria. Lolla está recomeçando a vida vendendo água no semáforo usando uma fantasia de palhaço.

Sua abordagem sensível comoveu o público. “Há uma pressão para que a trans seja considerada marginal o tempo todo”, afirmou o médico. Para ver a reportagem completa, clique aqui.

Após a exibição da matéria, o nome de Drauzio foi parar nos Trending Topics no Twitter. Os internautas o elogiaram e o definiram como “um homem à frente do seu tempo”.

https://twitter.com/pefabiodemelo/status/1234581019157827591?s=20

https://twitter.com/luansabino20/status/1234295638227025920?s=20

https://twitter.com/olazaroramos/status/1234301199257686016?s=20

https://twitter.com/Felipe1985__/status/1234298717311832069?s=20

Solidariedade

 

Logo após a exibição da reportagem, um perfil no Instagram foi criado para tentar localizar a Lolla, que mora em São Paulo. Quando ela for encontrada, o plano do perfil é criar uma vaquinha e colher doações para ajudá-la.

https://www.instagram.com/p/B9N0eKejxwT/?utm_source=ig_embed

A internet também se emocionou com a história de Susy. Com a repercussão da reportagem, uma usuária do Twitter descobriu onde Susy está institucionalizada e pediu que as pessoas enviassem cartas de apoio a ela.

Veja abaixo como enviar uma carta para Susy:

Transfobia se combate com informação! Para te ajudar a entender um pouco mais sobre o tema, veja abaixo:

O que é identidade de gênero

Identidade de gênero é como a pessoa se enxerga no espelho, seja como mulher, homem ou outra denominação dentro do espectro de gênero.

Pessoas que se identificam com o gênero que lhe foi atribuído ao nascer são consideradas cisgênero ou cis, na abreviação. Por exemplo, se ao nascer o bebê é registrado como menino e ao longo da vida ele continua se identificando dessa forma, ela é uma homem cis. Se essa pessoa não se identificar com seu sexo biológico, ela é transgênero ou somente trans.

Há também aqueles que não se identificam com nenhum gênero em específico. Essas pessoas são denominadas não-binárias, ou seja, não se identificam como homem ou como mulher.

Vale lembrar duas coisinhas: identidade de gênero não é uma ideologia e, muito menos, tem a ver com a orientação sexual de uma pessoa. Tanto pessoas cis quanto pessoas trans podem ser hétero, bi ou homossexuais.

Transexual x Transgênero x Travesti

  •  Transexual

Há um tempo, esse termo era usado para falar sobre pessoas transgênero mas caiu em desuso para não dar a impressão de que ser trans é uma orientação sexual.

  • Transgênero

Este termo é usado atualmente para abarcar as pessoas trans. Por exemplo: um homem transgênero é aquele que foi identificado como mulher ao nascer e passou a se reconhecer como homem, enquanto, da mesma forma, a mulher transgênero é aquela que foi designada homem ao nascer mas, na verdade, se identifica como uma mulher.

  • Travesti

Travesti é um termo mais comum no Brasil, na Espanha e em Portugal (e em pesquisas do RedTube), e já foi usado como xingamento transfóbico e também para denominar uma mulher trans que não desejava passar pelo processo de readequação genital, mas não se aplica mais. Hoje o termo travesti é comumente usado para empoderamento e resistência da comunidade.

A diferença entre as três denominações é de auto identificação. Caso esteja na dúvida e não quer cometer um ato de transfobia, use apenas o prefixo trans ou pergunte à pessoa como ela se identifica.

Meu corpo, minhas regras!

A cantora e atriz Linn da Quebrada luta contra a transfobia em todos os seus trabalhos e afirma que ser travesti é um ato de resistência
A cantora e atriz Linn da Quebrada luta contra a transfobia em todos os seus trabalhos e afirma que ser travesti é um ato de resistência - Vivi Baco

Evite fazer perguntas sobre o corpo da pessoa trans, se já fez cirurgia ou hormonioterapia principalmente. Um homem ou uma mulher transgênero não necessariamente deseja mudar sua aparência ou genitais para se identificar com seu gênero, e questioná-los é desrespeitoso. Para mais informações, clique aqui.