Evandro Santo assume vício em drogas após 5ª internação em clínica
"Sim, eu sou doente. Sim, eu preciso de ajuda", disse o humorista em vídeo de quase 10 minutos
O humorista Evandro Santo, ex-Pânico, falou publicamente pela primeira vez sobre seu vício em drogas. Ele usou as redes sociais para publicar seu relato gravado dentro de uma clínica de reabilitação.
“Esse é o IGTV mais difícil e mais importante que já fiz na minha vida”, começa o humorista. “Eu vou começar com uma frase que muitos de vocês talvez não conheçam, mas muitos talvez conheçam: eu sou o Evandro, tenho 46 anos e sou um adicto em recuperação. A adicção é uma doença que pode surgir com compulsões e pode evoluir através de sexo, comida, drogas, no meu caso são as drogas”, contou no Instagram.
Evando diz ainda que está na quinta internação por conta das drogas, mas que só agora resolveu abrir essa condição ao público.
- Estudo demonstra como 3 medicamentos elevam o risco de demência
- Chás contra a ansiedade realmente funcionam? Saiba o que diz a ciência
- Ex-âncora da Globo enfrenta doença de Crohn e desabafa: Me sinto definhando
- Evaristo Costa revela que perdeu 22 quilos após diagnóstico
“Eu levava tudo no peito e acabei começando a usar, de 2014 a 2020. Estou na quinta internação na clínica de um amigo meu. Eu achava que poderia parar de usar a ketamina sozinho. Aí recaí, fui internado por um mês”, afirmou.
A ketamina é uma droga utilizada como anestésico em cavalos e está cada vez mais sendo utilizada e comercializada em festas. Ela causa efeitos semelhantes ao de LSD.
“Sinto muito informar a vocês, mas essa doença não escolhe nível intelectual, não escolhe nível social, não escolhe se [você] é bonito ou se é feio. É uma doença, ela está espalhada em todas as classes sociais”, disse ele.
Como tudo começou
Evandro Santo conta ainda teve uma adolescência tranquila e que só foi descobrir as drogas anos mais tarde, quando iniciou sua carreira artística. “Eu fui beber a primeira vez, eu tinha vinte e cinco anos no Rio de Janeiro, nunca me esqueço. Foram três caipirinhas porque eu levei um chifre de um cara que eu gostava; pois é, frustração leva a isso, só pra avisar, tá? (…) Aí, um grande amigo meu, uma pessoa a que eu devo muito a minha carreira, usava ecstasy. Aí, tomei o primeiro, foi aquela maravilha, a gente vai falar que é ruim?”.
O humorista falou ainda que está seguindo um tratamento humanizado por vontade própria. “Foi nessa quinta internação que eu consegui finalmente falar: ‘Sim, eu sou doente. Sim, eu preciso de ajuda’. Foi a primeira vez que eu me internei voluntariamente, com vontade, e acho que fez toda a diferença”, disse.
“É preciso coragem para pedir ajuda, é preciso ser humilde, é preciso quebrar o véu da ignorância que nos cerca. Ser um adicto não é o fim, pode ser o começo de uma vida nova”.
Veja a publicação abaixo:
https://www.instagram.com/p/CQhHcOZH5be/
Tratamento contra dependência química
A dependência química tem caráter crônico, incurável e progressivo. Por isso, o indivíduo necessita de tratamento constante, independente de estar fazendo o uso ou não da droga.
Para isso, é importante contar com o atendimento de especialistas como psicólogos e psiquiatras. Esse apoio deve se estender também aos familiares, já que a dependência química não afeta apenas o próprio dependente, mas também todo o seu entorno.
Os parentes e amigos precisam receber orientações sobre como lidar com o dependente e como se estruturar emocionalmente para essa tarefa.
Se você é ou conhece alguém que apresenta sintomas de uso excessivo de álcool ou outras substâncias químicas, não tenha medo de procurar um psicólogo. Ele é a pessoa mais indicada para ajudá-lo a entender o seu quadro.
No caso do tratamento, o papel do psicólogo é essencialmente ajudá-lo a reencontrar fontes de prazer que não dependam das substâncias químicas.