Ex-bailarina do Faustão diz que sofreu ataques ao pintar o cabelo
Caroline Tozaki fala sobre racismo e dos insultos que recebeu após decidir ter o cabelo loiro
Caroline Tozaki, ex-bailarina do Faustão, contou em entrevista que teve de lidar com inúmeros ataques após pintar o seu cabelo de loiro. “Quando eu mudei a cor do meu cabelo, sofri vários ataques dizendo que não era para eu ser loira porque sou negra”, disse à revista Quem.
“Se aliso o meu cabelo, também me atacam. Dizem que o negro está se vitimizando, mas não estamos, é o que vem acontecendo de verdade, sofremos ataques. O racismo existe e precisa ser mudado”, completou ela.
Durante a entrevista, Caroline comentou dois casos recentes que envolveram duas mulheres negras na mídia: a Miss Universo Zozibini Tunzi e a atitude racista de Silvio Santos ao tirar um prêmio de uma candidata negra.
‘Eu, mulher negra, não posso frequentar certos espaços’
“No mundo artístico tivemos dois episódios que mostram as diferentes faces do preconceito: a superexposição da nova Miss Universo, usando o fato de ela ser negra como algo surreal, o que não deveria acontecer. E o episódio com o Silvio Santos, ao desmerecer uma caloura pela cor da pele.”
Assédio nas redes sociais
“Todas nós mulheres sofremos assédio apenas pelo fato de ser mulher. Se você é mulher e bailarina, a situação piora. Cada vez que a gente fala sobre o assunto de assédio, ao invés de conscientizar as pessoas, parece que só faz piorar”, desabafa Caroline.
Ela conta do assédio que recebe em suas redes sociais. “Quando somos figuras públicas então, vem ainda mais assédio com mensagens no Instagram, comentários, falam do seu corpo, do cabelo, do que é e não é bonito.”
Racismo: saiba como denunciar
Racismo é crime previsto pela Lei 7.716/89 e deve sempre ser denunciado, mas muitas vezes não sabemos o que fazer diante de uma situação como essa, nem como denunciar, e o caso acaba passando batido.
Para começar, é preciso entender que a legislação define como crime a discriminação pela raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, prevendo punição de 1 a 5 anos de prisão e multa aos infratores.
A denúncia pode ser feita tanto pela internet, quanto em delegacias comuns e nas que prestam serviços direcionados a crimes raciais, como as Delegacias de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), que funcionam em São Paulo e no Rio de Janeiro.
No Brasil, há uma diferença quando o racismo é direcionado a uma pessoa e quando é contra um grupo. Saiba mais no link.