Fala de Fernanda Lima foi gravada antes da vitória de Bolsonaro
Ao contrário do que alguns eleitores do presidente eleito pensa, o discurso da apresentadora não foi uma indireta para o militar
Um discurso feminista e empoderador feito por Fernanda Lima no programa Amor & Sexo da TV Globo na última terça-feira, 6, causou polêmica e tem tomado conta das redes sociais com críticas, principalmente, dos eleitores do presidente eleito Jair Bolsonaro, que entenderam a fala como uma resposta à eleição do militar.
No entanto, a gravação do episódio exibido esta semana ocorreu pelo menos 30 dias antes do pleito final pela liderança do Planalto, que aconteceu no dia 28 de outubro.
Para quem não sabe, a atração comandada há anos por Fernanda Lima na Globo é gravada, e não ao vivo. Na atual temporada, todas as gravações foram finalizadas em agosto, conforme informou o jornalista Flávio Ricco, do UOL, naquele mesmo mês.
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No tocante à polêmica de seu episódio mais recente, o assunto acabou ganhando maior repercussão após o sertanejo Eduardo Costa, eleitor declarado de Bolsonaro, fazer um discurso inflamado no Instagram, em tom de ameaça à apresentadora, chamando-a de “imbecil” e propondo uma “sabotagem” ao seu programa na emissora carioca por equivocadamente pensar que ela tivesse proposto sabotagem ao futuro mandato do ex-deputado.
“Mais de 60 milhões de brasileiros e brasileiras votaram no Bolsonaro e agora essa imbecil com esse discurso de esquerdista!!! Ela pode ter certeza de uma coisa, a mamata vai acabar, a corda sempre arrebenta pro lado mais fraco e o lado mais fraco hoje é o que ela está”, afirmou o cantor.
“Será que essa senhora só faz programa pra maconheiro, pra esquerdista derrotado e pra esses projetos de artistas assim como ela? Bolsonaro não está sozinho, o povo está com ele e a senhora pode ter certeza, o Brasil vai sabotar é a senhora se Deus quiser. Sergio Moro vai começar a ajudar a sabotar, pode esperar e tenho dito”, completou o famoso, em tom de ameaça.
Veja a íntegra do discurso de Fernanda Lima
“Chamam de louca a mulher que desafia as regras e não se conforma. Chama de louca a mulher cheia de erotismo, de vida e de tesão. Chamam de louca a mulher que resiste e não desiste. Chamam de louca a mulher que diz sim e que diz não. Não importa o que façamos, nos chamam de louca”, iniciou.
“Se levamos a fama, vamos sim deitar na cama. Vamos sabotar as engrenagens desse sistema de opressão. Vamos sabotar as engrenagens desse sistema homofóbico, racista, patriarcal, machista e misógino. Vamos jogar na fogueira as camisas de força da submissão, da tirania, e da repressão. Vamos libertar todas nós e todos vocês. Nossa luta só está começando. Preparem-se porque essa revolução não tem volta. Bora sabotar tudo isso”, concluiu Fernanda, sem citar, em momento algum, o nome de algum político.