Felipe Neto detona Bolsonaro e Trump no New York Times e bomba na web

"Vocês são os líderes em mortes pela Covid e nesse momento vocês estão nos liderando para o abismo", disse o youtuber

O youtuber Felipe Neto fez um vídeo para o The New York Times, um dos principais jornais do mundo, em que detona o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro e dos Estados Unidos, Donald Trump. As imagens foram publicadas pelo jornal, nesta quarta-feira, 15, no site e redes sociais e está bombando na internet.

Felipe Neto detona Bolsonaro e Trump no New York Times e bomba na web
Felipe Neto detona Bolsonaro e Trump no New York Times e bomba na web

“Sou um youtuber brasileiro e crio vídeos engraçados, gerando opções de entretenimento para famílias ao redor do mundo. Mas, hoje, não estou aqui para fazer humor diante de uma plateia nova. E quando o palhaço precisa falar sério, você sabe que provavelmente o circo está pegando fogo”, se apresenta Felipe Neto.

“Americanos gostam de se gabar de seres os líderes mundiais em tudo. E, desde o começo da pandemia de Covid-19, vocês estão liderando em número de mortes. Isso se dá em parte, claro, graças ao presidente Donald Trump, que vários de vocês acreditam ser o pior líder da democracia atual”, começa, o youtuber.  “Bom, eu estou prestes a mostrar a vocês que os 200 milhões de brasileiros aqui superam vocês. No momento, nós somos o país segundo colocado em mortes, mas eu tenho certeza que nosso presidente, Jair Bolsonaro, é o pior líder no combate à Covid”, afirmou Felipe Neto ao The New York Times.

O youtuber então relembra as declarações polêmicas de Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2018. “Bolsonaro é um militar que defendeu o uso da tortura durante a ditadura no Brasil. Ele então ascendeu à presidência usando afirmações como essa: ‘Vamos fuzilar a petralhada aqui do Acre’ e ‘Sou homofóbico, sim, com muito orgulho’”, mostra o vídeo. “Eu preciso dizer mais alguma coisa ou vocês já estão entendendo?”, questionou Felipe Neto.

Ele resume: “O Brasil é o país do mundo onde a Covid está crescendo mais rápido e a OMS já nos considera o novo epicentro da pandemia. Ainda assim, ele não mostra estar levando a crise a sério. Para resumir, ele faz com que Donald Trump pareça Patch Adams”, em referência ao médico ativista famoso por usar o humor em tratamentos.

O youtuber listou 5 motivos para comprovar o que disse. Felipe Neto destacou que Bolsonaro nunca parou de sair em público promovendo aglomerações para encorajar “outras pessoas a fazerem o mesmo”. “Vocês ficaram chateados por causa de um mísero comício do Trump em Tulsa, três meses depois do início do surto nos Estados Unidos. Mas Bolsonaro faz esse tipo de coisa o tempo todo. Ele vai para manifestações contra o Congresso, vai para manifestações que pedem intervenção militar, ele vai para feiras lotadas, ele vai para cerimônias militares, ele visita churrascos de jet-ski, ele vai a protestos contra o Supremo Tribunal Federal”, explicou.

Felipe Neto denunciou no The New York Times a postura que Bolsonaro resolveu adotar com a cloroquina. Muito parecido com Trump, o presidente do Brasil justifica suas ações contrárias as determinações médicas e cientificas dizendo que acredita em ‘curas milagrosas’. “Para começar, os dois são obcecados com a droga que não tem evidências de eficácia contra a doença. Mas tem uma grande diferença entre Trump falar sobre isso em coletivas de imprensa e o que o nosso cara está fazendo”, disse o youtuber.

“Bolsonaro já pediu para as autoridades sanitárias mudarem a bula oficial da hidroxicloroquina para incluir o coronavírus como uma indicação de uso. Ele também está usando a capacidade industrial do Exército para produzir o medicamento enquanto os hospitais públicos estão com falta de outras drogas como sedativos e analgésicos”, explicou Felipe Neto.

O youtuber também usou o espaço no jornal americano para relembrar a saída de Henrique Mandetta e Nelson Teich do Ministério da Saúde no meio da pandemia e as vezes que Bolsonaro incitou a violência. “Em Abril, ele fez uma reunião ministerial na qual disse: ‘como é fácil impor uma ditadura no Brasil, por isso eu quero que o povo se arme’. E ele não parou com palavras, ele também passou à ação alguns dias depois, aumentando o limite de quanta munição podemos comprar e eliminando todas as normas de rastreamento de armas”, afirmou.

Felipe Neto também associou as declarações de Bolsonaro com o aumento de mortos coronavírus, na gravação para o The New York Times. “Bolsonaro começou a zombar dos mortos e de suas famílias. Quando o Brasil chegou em 2500 mortes, um repórter pediu que ele fizesse uma declaração e a resposta dele foi: ‘Eu não sou coveiro’. Quando chegamos a 5 mil mortos: ‘E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê?’. Quando chegamos a 30 mil: ‘Lamento, mas é o destino de todo mundo’”.

Por fim, ele destacou a amizade de Bolsonaro com Donald Trump. “A coisa está tão feia que até Donald Trump admite que nós não estamos em uma boa situação. Mas tem mais uma coisa que o Trump disse que eu gostaria de sublinhar. Trump chama Bolsonaro de um bom amigo e essa amizade é crucial para que Bolsonaro retenha sua popularidade. Ela legitimiza o Bolsonaro”, afirmou.

“Vocês são os líderes em mortes pela Covid e nesse momento vocês estão nos liderando para o abismo. O seu presidente tem pequenos clones operando em todo o mundo. Nós somos suas vítimas”, declara o empresário, mandando um recado direto para a população estadunidense. “Então, se você estiver se perguntando o que pode fazer para ajudar o Brasil a lidar com o nosso lunático, por favor, não reelejam o lunático de vocês. Neste novembro, vote para tirar o Trump da Casa Branca”, finalizou Felipe Neto.

Veja íntegra do vídeo do youtuber para o The New York Times:

Confira a repercussão na web: