Filha de Samara Felippo é vítima de racismo e atriz se revolta
Atriz fez desabafo nas redes sociais: ‘Chorando de ódio e raiva’
Samara Felippo usou seu perfil no Instagram, no último domingo, 8, para relatar um caso de racismo sofrido por sua filha mais velha, Alícia Barbosa, de 10 anos de idade, fruto de seu antigo relacionamento com Leandrinho.
A atriz contou que a menina, que é negra, enfrentou xingamentos em uma festa de formatura. Segundo a artista, a criança foi chamada de ‘marrenta’, ‘neguinha’ e ‘cabelo ruim’.
“Estávamos na festa de formatura da Alícia, enquanto os pais conversavam no salão de festas as crianças brincavam no parquinho ao lado. [Foi] quando uma delas veio até a mãe: ‘Mae, tem dois adolescentes zoando e implicando com a gente’. Eu imediatamente levantei e fui a passos largos […] Meu sangue começou a entrar em ebulição, fui que nem um bicho pra cima dos moleques e falei tudo que tenho vontade pra racistas, mesmo os que ainda nem sabem que são. Garotos brancos de 14 anos, classe média de m*rda, com a camisa verde e amarela, que descobri que um deles é filho de miliciano”, declarou.
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Samara, contudo, disse que sempre orientou a filha para estar pronta para quando algo deste tipo acontecesse: “[…] Agradeço ao que me fez sair da minha bolha branca e ter desde cedo esclarecido minha filha, enaltecido sua esperteza, beleza, coragem, seu cabelo, sua pele, suas raízes… e feito ela sair dessa situação de cabeça erguida e fortalecida”, completou.
A atriz disse saber que “não será a primeira e nem última vez que ela passará por isso”. “Agora eu te pergunto: se eu, como mulher branca, cheia de privilégios, minhas filhas negras, mas ainda sim com seus privilégios, seja por classe social ou tom de pele (sim, tom de pele conta nesse país! Quanto mais preta a pele, mais preconceito sofre-se, leia sobre colorismo) passamos por isso, imagina quantas meninas pretas passam todos os dias?”, lamentou.
Por fim, a famosa se compadeceu da triste realidade de quem sofre preconceito por sua cor de pele: “Te pergunto: se eu, mulher branca, estou até agora chorando sozinha, com ódio e raiva, querendo esfolar a cara daqueles moleques e os pais deles, como não validar e enxergar a raiva e ódio de séculos de humilhação e violência? Acordem!”.
Racismo: saiba como denunciar
Racismo é crime previsto pela Lei 7.716/89 e deve sempre ser denunciado, mas muitas vezes não sabemos o que fazer diante de uma situação como essa, nem como denunciar, e o caso acaba passando batido.
Para começar, é preciso entender que a legislação define como crime a discriminação pela raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, prevendo punição de 1 a 5 anos de prisão e multa aos infratores.
A denúncia pode ser feita tanto pela internet, quanto em delegacias comuns e nas que prestam serviços direcionados a crimes raciais, como as Delegacias de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), que funcionam em São Paulo e no Rio de Janeiro.
No Brasil, há uma diferença quando o racismo é direcionado a uma pessoa e quando é contra um grupo. Saiba mais no link.