Filme que está em alta na Netflix gera polêmica e irrita presidente do México
Presidente criticou o filme durante uma coletiva de imprensa e o diretor rebateu; entenda!
Novo no catálogo, o filme “Viva o México!” agradou o público e, nesta terça-feira, 16, é o terceiro mais assistido da Netflix no Brasil.
Porém, os assinantes não fazem ideia de que o longa está envolvido em um baita debate no México. A comédia chegou a irritar até o mesmo o presidente do país, Andrés Manuel López Obrador.
A trama conta a história de uma família que está em pé de guerra por causa de uma herança. O filme faz parte de uma saga famosa por fazer críticas sociais à classe política do México, que inclui “A Lei de Herodes” (1999), “Um mundo maravilhoso” (2006), “Inferno” (2010) e “A Ditadura Perfeita” (2014).
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Antes de entender a polêmica, assista ao trailer!
Por que o filme irritou o presidente do México?
Com direção de Luis Estrada, o longa tem mais de 3 horas de duração e critica o sistema político do país, a desigualdade social e a polarização.
Além disso, a imagem de Obrador aparece algumas vezes ao longo do filme com algumas referências veladas ao seu governo.
Antes do dia 11 de maio, quando estreou na Netflix, a sátira política ficou em cartaz por algumas semanas nos cinemas mexicanos.
Na ocasião, o presidente entrou no assunto durante uma coletiva de imprensa e descreveu o filme como “uma produção de quinta”, alegando que ele foi produzido para um público conservador.
“É um filme feito por cineastas progressistas, mas para consumo dos conservadores”, afirmou.
O presidente também citou Luis Estrada, a quem acusou de ser um “sinalizador virtual progressista”, classista e racista.
Diretor de “Viva o México!” se posiciona
Por outro lado, Estrada, o diretor de “Viva o México!”, destacou que o filme é uma sátira: “Acho que o fato do presidente ter virado crítico de cinema, mesmo sem ter visto o filme, fala mais deles do que de mim, com os inúmeros adjetivos que me deu pela manhã. O filme não é sobre o presidente, é sobre a mexicanidade, sobre nós mesmos, em tom de sátira, caricatura, farsa”, explicou.
O cineasta também aproveitou para pontuar que o objetivo do filme não é agradar o governo mexicano ou a crítica especializada, mas sim a população mexicana.
“Não faço filmes para críticos ou jornalistas, faço-os para o grande público, já que a minha intenção é fazer cinema popular. Às vezes, consigo com maior sucesso, e outras vezes, não. Mesmo assim, ainda acho que o cinema se vê melhor no próprio cinema”, afirmou.
Vale ressaltar que não é a primeira vez que uma produção de Estrada enfurece um presidente. Durante sua longa carreira, o cineasta abordou a mesma crítica social durante outros mandatos.
Por causa disso, ele sempre foi acusado de ter seus próprios interesses, ora como comunista, ora como conservador, sendo que o diretor só se mantém fiel a tecer críticas contra os governos.
“Cedo ou tarde vão acabar reconhecendo que o mais importante dos meus filmes é que eles literalmente ampliaram a liberdade de expressão neste país”, finalizou.
Com informações de Yahoo!.