7 filmes brasileiros que combatem o racismo e celebram a negritude

Os negros representam a maioria da população brasileira, mas têm pouca representatividade no cinema e na teledramaturgia nacional

O Brasil sobreviveu por séculos sustentado pela mão de obra escrava e, quando finalmente a aboliu, fez muito pouco ou nada para dar equidade aos negros libertos. A arte é um dos meios mais eficientes de fomentar o debate sobre questões sociais desse tipo.

A ficção distópica “Medida Provisória”, de Lázaro Ramos, é um desses filmes que levam o espectador a refletir sobre o racismo. No longa, os negros são “convidados” a voltarem para a África depois de uma “canetada” de um governo que despreza as minorias sociais.

“Medida Provisória” debate o racismo no Brasil
Créditos: Divulgação
“Medida Provisória” debate o racismo no Brasil

Com Taís Araújo, Seu Jorge, Adriana Esteves e o britânico Alfred Enoch no elenco, o filme já estreou nos cinemas brasileiros. Além de “Medida Provisória”, há outros filmes que também debatem a postura racista na sociedade. Selecionamos algumas dessas obras. Acompanhe!

Filmes brasileiros sobre racismo

Kbela

Com roteiro e direção de Yasmin Thayná, “Kbela” (2015) apresenta o racismo cotidiano da indústria da beleza, representado pelo alisamento e embranquecimento dos cabelos crespos.

O filme mostra uma luta de mulheres negras pela autorrepresentação e empoderamento em uma sociedade racista e machista.

Cores e Botas

Joana é uma garota que sonha em ser paquita da Xuxa, um desejo muito comum entre as meninas dos anos 1980, mas ela é negra.

“Cores e Botas” (2010) apresenta o conflito entre o sonho e a realidade num país em que nunca houve uma paquita negra no “Xou da Xuxa”. Assista ao trailer:

M8 – Quando a Morte Socorre a Vida

“M8 – Quando a Morte Socorre a Vida” (2019), do cineasta Jeferson De, conta a história de Maurício, um estudante de medicina de uma renomada Universidade Federal.

Tudo muda quando o jovem conhece M8, o cadáver que servirá de estudo para ele e os colegas na primeira aula de anatomia. Ele começa a buscar respostas e descobre que todos os corpos para estudo do laboratório da universidade são de negros. Veja o trailer:

Menino 23: Infâncias Perdidas no Brasil

Dirigido por Belisario Franca, “Menino 23: Infâncias Perdidas no Brasil” (2016) é um documentário que parte da descoberta de tijolos com suásticas nazistas impressas em uma fazenda no interior de São Paulo para resgatar uma parte esquecida da história do povo brasileiro.

No decorrer da investigação, encontra o drama de 50 garotos negros levados a esse local para serem explorados e torturados. A narrativa segue a trajetória do menino 23, uma das vítimas do ocorrido na época.

Todos os Mortos

“Todos os Mortos” (2020) volta para o ano de para 1899, onze anos após a abolição da escravidão, para representar o período do fim da escravidão e do início da República no Brasil.

A história é narrada pela perspectiva de uma família aristocrática decadente e de uma família de ex-escravos. Assista ao trailer:

Branco Sai, Preto Fica

Uma critica social mesclada com aspecto documental, “Branco Sai, Preto Fica” (2014), de Adirley Queirós, acompanha a vida de dois homens negros que tiveram suas vidas marcadas por um tiroteio em um baile funk.

Um homem do futuro investiga a responsabilidade do estado e do racismo estrutural no episódio. Disponível na Netflix.


Com mais da metade da população brasileira autodeclarada negra ou parda (56,1%, segundo o IBGE), a representatividade dessa parcela é muito menor na cultura pop e na publicidade do que a de brancos.

Apesar de esse cenário ter mudado um pouco nas últimas décadas, a diferença ainda é grande.