Globo se pronuncia e repudia ataque de Bolsonaro à repórter da emissora
"Não será com gritos nem intolerância que o presidente impedirá ou inibirá o trabalho da imprensa no Brasil", afirmou a Globo
No final da tarde desta segunda-feira, 21, a Rede Globo emitiu uma nota de repúdio ao ataque do presidente Jair Bolsonaro (sem partid0) à repórter Laurene Santos, funcionária da TV Vanguarda, a afiliada da emissora no interior de São Paulo.
Bolsonaro mandou a jovem repórter calar a boca, foi agressivo e ainda tirou a máscara para falar com ela.
“Globo e a TV Vanguarda repudiam o tratamento dado pelo presidente à repórter Laurene Santos, que cumpria apenas o seu dever profissional. Não será com gritos nem intolerância que o presidente impedirá ou inibirá o trabalho da imprensa no Brasil. Esta, ao contrário dele, seguirá cumprindo o seu papel com serenidade. À Laurene Santos, a irrestrita solidariedade da Globo e da TV Vanguarda”, disse a nota da emissora.
O comunicado da Globo foi lido na própria emissora e na Globonews.
Veja a íntegra da nota da Globo.
“O presidente Jair Bolsonaro falou hoje sobre marca de 500 mil mortos por COVID no Brasil alcançada no sábado. Foi em viagem a Guaratinguetá, interior de São Paulo, durante conversa com jornalistas que o questionaram se gostaria de dizer alguma palavra sobre as mortes. Bolsonaro disse que lamenta todos os óbitos e em seguida voltou a defender o uso de medicamentos ineficazes contra a COVID.
Na mesma entrevista, o presidente destratou a repórter Laurene Santos, da TV Vanguarda, afiliada da Globo. Laurene perguntou por que ele tinha chegado à cidade sem máscara mesmo tendo sido multado recentemente em São Paulo por não usar a proteção. Bolsonaro disse “eu chego como eu quiser, onde eu quiser, eu cuido da minha vida”. Em seguida, tirou novamente a máscara. A repórter tentou explicar que o uso da máscara é exigência de lei. Mas o presidente mandou a repórter calar a boca e insultou a Globo com palavrões.
A Globo e a TV Vanguarda repudiam o tratamento dado pelo presidente à repórter Laurene Santos, que cumpria apenas o seu dever profissional. Não será com gritos nem intolerância que o presidente impedirá ou inibirá o trabalho da imprensa no Brasil. Esta, ao contrário dele, seguirá cumprindo o seu papel com serenidade. À Laurene Santos, a irrestrita solidariedade da Globo e da TV Vanguarda”.